A noite da última segunda-feira foi marcada por resistência, memória e luta antirracista com a realização da 29ª edição da Marcha Noturna Pela Democracia Racial, que reuniu militantes, coletivos, estudantes, lideranças religiosas e movimentos sociais em um trajeto simbólico iniciado na Estação Liberdade do Metrô, região central da capital paulista.

Com o tema “Contra o Racismo no Futebol e na Vida”, o ato reforçou o combate à intolerância racial tanto nas arenas esportivas quanto nas estruturas cotidianas da sociedade brasileira. A escolha do tema reflete episódios recentes de injúria racial envolvendo jogadores negros em grandes campeonatos, reacendendo o debate sobre o racismo estrutural no esporte nacional.

O protesto foi conduzido por faixas, cartazes e palavras de ordem. Na principal faixa, destacavam-se as imagens de duas figuras negras segurando uma bola com a frase “CUMPRA-SE A LEI”, em clara alusão à necessidade de aplicação efetiva das leis antirracistas já existentes no país.
“O futebol é um reflexo da sociedade. Se há racismo nos estádios, é porque ele está impregnado em nossa estrutura social. A luta contra o racismo é diária, nas ruas, nas escolas, nas instituições e nos campos”, disse um dos organizadores durante o ato.

A marcha também contou com a presença de organizações como a CONEN, UNE, UNEafro Brasil, Instituto Luiz Gama, entre outros coletivos antirracistas. O ato terminou na Igreja nossa Senhora do Rosario dos homens Pretos apresentações culturais em frente à Largo do Paisandu , símbolo da pluralidade paulistana.