Foi verdade, e a história é engraçada. Eu morava na Paraíba quando meu irmão decidiu vir para São Paulo. Ele começou a vender pão de bicicleta no Taboão da Serra. Certa vez, ele me ligou e disse: “Arrumei um emprego para você! Você vai ser gerente de uma loja de brinquedo!”
Quando cheguei a São Paulo, ele me acordou às 3 horas da manhã. “Bora! Vamos conhecer a loja de brinquedo que você vai gerenciar!” Eu mal conseguia abrir os olhos, mas a curiosidade me animou. Pegamos um ônibus e eu, um pouco confuso, pensava: “Não é muito cedo para uma loja de brinquedo abrir?”
Logo, meu irmão disse: “Estamos chegando! Você vai ver que o povo aqui começa a trabalhar cedo, umas 4:30.” Chegamos ao que eu imaginava ser a loja de brinquedo, mas, para minha surpresa, não era bem o que eu esperava. Olhei ao redor e percebi que aquilo era o local de trabalho dele.
Então, perguntei: “Mas esse local de trabalho é o seu , quem vai me leva até a loja de brinquedos? Ele riu e respondeu: “Não, a loja de brinquedo é aquela bicicleta cheia de pão que você vai gerenciar!”
E assim começou minha jornada, vendendo pães pelas ruas de Taboão da Serra-PB, com muito humor e perseverança. Cada dia era uma nova aventura, e o que parecia ser um emprego inusitado se tornou uma experiência incrível de aprendizado e crescimento.
No começo, tudo foi difícil. Nos primeiros dias de venda, cometi alguns erros, como dar troco errado. Vendi todos os pães, mas quando cheguei em casa, percebi que faltavam R$ 100 para pagar os pães que comprei.
No dia seguinte, fui com mais determinação e tomei cuidado para não repetir o mesmo erro. Quando comecei a pedalar pelas ruas de Taboão da Serra, percebi que os moradores começaram a me devolver o dinheiro do troco a mais que eu dava a eles.
Ao final do segundo dia, fiquei surpreso ao ver que tinha sobrado entre R$ 200 e R$ 300. Isso me deixou feliz e motivado a continuar em busca de melhores resultados.
Com o tempo, deixei a bicicleta para trás, pois não conseguia mais suprir a quantidade de produtos que precisava levar. Decidi comprar uma moto, assim poderia vender mais produtos e lucrar significativamente mais.
Com a moto organizada e cheia de produtos, um dia, um síndico me parou e fez uma proposta: vender no condomínio que ele administrava. Ele começou a elogiar minha moto e meus produtos, dizendo que eu faria sucesso ali. Fiquei pensativo, achando que não iria funcionar atender em um condomínio fechado, já que na rua havia mais pessoas.
Mas, em um momento de decisão, aceitei a proposta e levei minha moto de pães até o condomínio. O primeiro dia foi um sucesso, e isso me motivou a atender o local com mais frequência. Quando percebi, já não estava mais trabalhando na rua, apenas em condomínios.
Certa vez, vi um caminhão de carne (um açougue móvel) parado dentro do condomínio, com uma fila enorme de pessoas comprando. Naquele momento, senti-me invisível ao lado daquele açougue e pensei: “Por que não uma padaria móvel?”, já que existia um açougue móvel. Desde então, essa ideia ficou na minha cabeça como um projeto a ser realizado no futuro.
Um dia, a caminho do condomínio, me atrasei 30 minutos na Avenida Taboão da Serra. Uma viatura da polícia federal me parou e apreendeu minha moto, alegando que estava irregular, sem documentação e que as caixas eram grandes demais. Sem habilitação, sabia que a moto iria para o pátio. Enquanto o policial falava, pensei em como eu mudaria de vida
