segunda-feira, 16 setembro, 2024

Água e Saneamento básico: A luta das favelas por serviços essenciais à vida

Na próxima semana, ocorrerá uma reunião ministerial do GT de Desenvolvimento do G20, que abordará o acesso ao saneamento básico, um grande desafio para os países em desenvolvimento.

A reunião será realizada nos dias 22 e 23 de julho, no Rio de Janeiro.

O fórum Favelas 20 (F20) discutiu o tema e defende a importância de garantir serviços essenciais à vida para todos os cidadãos.

Segundo dados do DataSUS, a falta de acesso à água, saneamento básico e higiene no Brasil resulta em aproximadamente 233 mil internações por ano, sendo metade desses casos envolvendo crianças de 0 a 5 anos. A Região Norte do país apresenta os piores índices nesses aspectos, apesar de abrigar a maior bacia hidrográfica do Brasil. Essa foi um dos tópicos discutidos no último painel do lançamento do Favelas 20 (F20), que abordou os “Desafios enfrentados pelas favelas no acesso à água, saneamento e higiene”.

Rayane Pereira, da Ação Cidadania e moradora da Baixada Fluminense, apresentou dados alarmantes da Casa Fluminense, destacando que Belford Roxo possui apenas 0,3% de cobertura de saneamento básico.

A geógrafa Rejane Ferreira refletiu sobre os graves problemas históricos enfrentados pelas favelas, especialmente em áreas de morro onde as dificuldades são ainda mais acentuadas. Ela explicou que o fluxo natural das águas, conhecido como bacia hidrográfica, está comprometido devido ao descarte inadequado de esgoto. Nas favelas, a falta de sistemas adequados de esgotamento sanitário leva à contaminação das águas pluviais que chegam aos rios.

Rejane também destacou a importância do Comitê de Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara, que abrange 17 municípios do Estado do Rio de Janeiro e é responsável pela classificação dos rios e pela determinação da segurança das águas para consumo humano, mas aponta um erro “a população não tem conhecimento do trabalho do Comitê de Bacia Hidrográfica”. 

Rayane enfatiza a importância da participação da comunidade das favelas nos debates como o F20 e o G20 com a frase “Nada sem nós”. Ela destaca que é impossível colocar a favela no centro das discussões sem incluir diretamente a comunidade.

Racismo ambiental

A geógrafa levanta questões intrigantes sobre por que uma parcela da população brasileira ainda enfrenta carências de água, apesar do vasto recurso hídrico do país. Ela indaga por que a distribuição de água não é uniforme e por que há disparidades na coleta de lixo, com serviços mais eficientes nas áreas mais privilegiadas da cidade. Por que o Estado não prioriza a população das favelas, negando acesso aos serviços essenciais para uma vida digna? E comenta que as crianças são as mais vulneráveis nesse contexto de escassez de água, saneamento básico e higiene. Ela enfatiza que “cada R$ 1 investido em saneamento resulta em uma economia de R$ 9 em saúde básica”. Rejane encerrou sua reflexão enfatizando: “O saneamento é fundamental para a vida. Sem água, não há vida”. 

Água e saneamento básico também são temas prioritários do GT de Desenvolvimento, que realiza no próximo dia 22 e 23 julho, reunião ministerial, no Rio de Janeiro.

Matéria envida pela Assessoria de Comunicação do comitê do G20

Redação Gazzeta Paulista
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