sábado, 21 dezembro, 2024

Anglicanismo: Definição, Pilares, Divisões e Relações com Outras Tradições Cristãs

1. Escritura: A Bíblia é a autoridade suprema em questões de fé e prática, sendo a base para a doutrina e a teologia.

2. Tradição: Os escritos dos Pais da Igreja, os Concílios e a história cristã são considerados im O anglicanismo é uma tradição cristã que emergiu como resultado da Reforma Inglesa no século XVI, preservando elementos católicos e incorporando princípios reformados. Ele representa uma via média (via media) entre o catolicismo romano e o protestantismo, com características únicas em sua teologia, doutrina e prática.

Os Pilares do Anglicanismo

O anglicanismo é sustentado por quatro pilares principais:

portantes para a interpretação da fé.

3. Razão: A razão é usada para interpretar as Escrituras e a tradição, permitindo o diálogo com questões contemporâneas.

4. Liturgia: A prática da fé é centralizada na liturgia, particularmente no uso do Livro de Oração Comum (Book of Common Prayer), que unifica a fé anglicana em sua expressão pública.

Teologia e Doutrina

O anglicanismo adota uma teologia que reflete sua natureza abrangente:

Sacramentos: Reconhece dois sacramentos principais (batismo e eucaristia) como instituídos por Cristo e outros cinco como sacramentais.

Cristologia: Professa a plena divindade e humanidade de Jesus Cristo.

Soteriologia: A salvação é um dom da graça divina, acessível pela fé em Jesus Cristo.

Eclesiologia: Considera a Igreja como “uma, santa, católica e apostólica”, reconhecendo a sucessão apostólica como essencial para a integridade da Igreja.

No que Acreditam os Anglicanos

Os anglicanos têm crenças compartilhadas por cristãos de outras tradições:

O Credo Niceno e o Credo dos Apóstolos são afirmações fundamentais de fé.

A importância da oração, da leitura das Escrituras e da participação nos sacramentos.

Um compromisso com a missão e evangelização, enfatizando o serviço ao próximo e a justiça social.

Além disso, os anglicanos valorizam a diversidade de pensamento teológico, permitindo uma amplitude de opiniões sobre questões éticas, morais e doutrinárias.

Divisões e Vertentes no Anglicanismo

O anglicanismo é marcado por sua diversidade interna, com três principais correntes:

1. Alta Igreja (Anglo-Católica): Preserva muitos elementos do catolicismo romano, como o uso de vestes litúrgicas, veneração de santos e devoções marianas.

2. Baixa Igreja (Evangelicalismo Anglicano): Ênfase na pregação, no estudo das Escrituras e na salvação individual.

3. Igreja Ampla (Broad Church): Aprecia o diálogo ecumênico e incorpora aspectos tanto da Alta quanto da Baixa Igreja.

Essas vertentes coexistem dentro da Comunhão Anglicana, um grupo global de igrejas independentes que compartilham uma herança comum.

A Relação com a Igreja Católica Romana

A relação entre o anglicanismo e o catolicismo romano é complexa:

História: O anglicanismo se separou da autoridade papal durante o reinado de Henrique VIII, mas manteve muitos elementos da tradição católica.

Diálogo Ecumênico: Desde o século XX, têm havido esforços de reconciliação, especialmente por meio do ARCIC (Comissão Internacional Anglicana-Católica Romana).

Diferenças Doutrinárias: Divergem em questões como a autoridade do Papa, a ordenação feminina e a ética sexual.

Apesar das diferenças, ambas as tradições reconhecem mutuamente o batismo e trabalham juntas em questões sociais e humanitárias.

Anglicanismo no Mundo

A Comunhão Anglicana é composta por 42 províncias autônomas em mais de 160 países, sendo liderada espiritualmente pelo Arcebispo de Cantuária. No entanto, há também movimentos anglicanos fora dessa estrutura, como igrejas anglicanas independentes e movimentos anglo-católicos.

Vertentes ao Redor do Mundo

Além da Comunhão Anglicana, existem igrejas anglicanas independentes, como:

Igreja Episcopal (EUA): Focada em questões progressistas, como a inclusão de pessoas LGBTQ+.

Igrejas Anglicanas Tradicionalistas: Preservam práticas litúrgicas e doutrinas pré-Reforma.

Comunhão Anglicana Livre: Movimentos que buscam autonomia em relação à estrutura tradicional.

Essas expressões mostram a capacidade do anglicanismo de se adaptar e responder a contextos culturais diversos.

Conclusão

O anglicanismo é uma tradição rica e multifacetada que busca integrar o melhor das tradições católica e protestante, promovendo uma espiritualidade baseada na Escritura, na razão e na tradição. Sua diversidade interna, aliada ao compromisso com a unidade, faz do anglicanismo um dos ramos mais dinâmicos do cristianismo global.

Dom frei Lucas Macieira da Silva, teólogo, jornalista social e escritor.

Diocese Anglicana Católica do Brasil e The Anglican Free Communion International

Redação Gazzeta Paulista
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