Uma delegação encabeçada pelo ministro da Cultura, Filipe Zau, apresentou na 46ª Sessão do Comité do Património Cultural, que encerra hoje, na República da Índia, uma lista indicativa com propostas de novos bens patrimoniais com vista à sua inscrição como Património da Humanidade.
O evento, que teve início domingo, decorre sob o lema “Património Mundial no Século XXI: Construindo Capacidades e Explorando Oportunidades para a Juventude” e Angola levou como propostas o Corredor do Kwanza (Itinerário Cultural) Tchitundu-Hulu (sítio arqueológico) e Cuito Cuanavale (sítio de memória para a libertação da África Austral).
De acordo com o ministro da Cultura, as três propostas estão alinhadas como bens patrimoniais na sua Lista Indicativa, como potenciais sítios a serem inscritos no Património Cultural da Humanidade.
O evento reúne delegados de todo o mundo para discutir e colaborar na preservação do património cultural, natural e misto partilhado. A reunião é um passo significativo no sentido de promover a cooperação global e garantir a protecção dos bens do Património Mundial.
Além de instrumento relevante para a requalificação de zonas históricas, a salvaguarda do Património Mundial promove a mobilização de capital financeiro, a sessão reforça a cooperação entre Estados, tendo como base os princípios de horizontalidade nas relações entre povos.
Acompanham o ministro da Cultura, a directora do Instituto Nacional do Património Cultural (INPC), Cecília Gourgel, o director Nacional das Comunidades e Instituições do Poder Tradicional, Albano Cufuna, o director-adjunto do Gabinete do Ministro, Fulgêncio Pegado, e o conselheiro da Delegação Permanente de Angola junto da UNESCO, Mário Von-Haff.
“Estamos para assistir à confirmação da Lista Indicativa do Património Mundial em que Angola actualizou a sua Lista Indicativa com os seguintes sítios: Corredor do Kwanza (itinerário cultural); Tchitundu-Hulu (sítio arqueológico); e Cuito Cuanavale (sítio de memória para a libertação da África Austral)”, esclareceu ao Jornal de Angola Filipe Zau.
O ministro da Cultura discursou para uma audiência onde constavam o embaixador Vishal Sharma, presidente da 46.ª Sessão do Comité do Património Mundial, Ernesto Ottone, subdirector-geral para a Cultura da UNESCO, Lazare Eloundou, director do Património Mundial, ministros e delegados de outros países.
Filipe Zau afirmou que a 46.ª Sessão se inicia com grandes expectativas, sobretudo após a última em Ryadh, onde o continente africano conseguiu inscrever um número recorde de sítios, contribuindo, assim, para um maior equilíbrio na Lista do Património Mundial. “Por este facto, para o continente berço da humanidade, consideramos aquela sessão como histórica”.
“É neste espírito que Angola continua engajada na preservação do seu único sítio, Mbanza Kongo, que acaba de comemorar o 7.º aniversário da sua inscrição. Por outro lado, Angola está empenhada na inscrição de novos sítios, tais como o do Corredor do Kwanza, do Tchitundu-Hulu e do Cuito Cuanavale”, reiterou.
O ministro da Cultura finalizou a sua intervenção consciente de que o debate sobre o tema desta relevante sessão constituirá uma estratégia adequada para o envolvimento das gerações mais jovens, em prol do respeito pelos bens culturais e naturais, viabilizando, assim, formas de sustentabilidade para as gerações vindouras.
A antiga capital do Reino do Kongo é hoje uma referência histórica mundial, depois de ter sido elevada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) à categoria de Património Cultural da Humanidade, em 2017.
O Centro Histórico da Cidade de Mbanza Kongo ganhou a 8 de Julho de 2017 o estatuto de Património Mundial, fruto da inclusão na lista de bens e sítios culturais protegidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Matéria enviada pela Assessoria de comunicação da UNESCO