A sessão plenária da Câmara Municipal de São Paulo desta terça-feira (13) teve como um dos focos centrais o debate sobre a Favela do Moinho, única comunidade ainda existente na região central da capital paulista. A imagem registrada no momento da sessão mostra vereadores em articulação, enquanto o telão exibe uma imagem aérea da área urbana, indicando que projetos de intervenção e requalificação na região estavam em pauta.

Com 47 vereadores presentes, o painel eletrônico ainda não marcava votos consolidados no momento do registro, indicando tratativas e discussões em curso sobre um tema delicado: a reurbanização da Favela do Moinho, alvo constante de promessas políticas, incêndios trágicos e disputa entre interesses públicos e privados.
A comunidade do Moinho, localizada próxima ao terminal Princesa Isabel e à antiga linha ferroviária, representa há décadas a resistência de famílias que vivem à margem da especulação imobiliária e do abandono estatal. Diversas organizações de direitos humanos, urbanistas e movimentos de moradia acompanham de perto qualquer tentativa de remoção forçada ou projetos que não envolvam participação popular.
Durante a sessão, vereadores da base do governo defenderam a “revitalização do entorno” e a “integração da área ao plano de mobilidade urbana”, enquanto parlamentares da oposição cobraram transparência, garantias de permanência e habitação digna para os moradores da comunidade.

O temor entre líderes comunitários é que o projeto em debate represente mais uma tentativa de remoção velada, disfarçada de progresso, sem assegurar alternativas reais para as centenas de famílias que habitam o local.
A Favela do Moinho, símbolo de resistência no coração da capital, segue sendo uma ferida aberta na política urbana paulistana — entre a máquina do desenvolvimento e os gritos por dignidade que ecoam entre os escombros de antigas promessas não cumpridas.
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