Brasília (DF) – Em uma sessão que entrou para os anais da história do Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados aprovou, no final da tarde desta quinta-feira, a cassação dos mandatos do deputado federal EDUARDO BOLSONARO (PL-SP) e do deputado federal ALEXANDRE RAMAGEM (PL-RJ). A decisão, que já havia sido ventilada nos bastidores políticos nas últimas semanas, não só confirma o aprofundamento da crise institucional no Brasil como gera intenso debate na sociedade.
Em votação acirrada, com mais de dois terços dos parlamentares presentes favoráveis, a Casa entendeu que os dois parlamentares agiram em desacordo com princípios constitucionais e com o decoro parlamentar, conforme relatórios apresentados e aprovados nas comissões internas. A decisão agora reverbera nos poderes Executivo, Judiciário e nas ruas — com fortes repercussões entre apoiadores e críticos.
O que motivou a cassação?A articulação para a perda dos mandatos se baseou em acusações de que os dois deputados teriam:
- Atacado instituições democráticas, incluindo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o próprio Congresso;
- Incentivado discursos de deslegitimação dos poderes constitucionais;
- Adotado postura incompatível com a tradição do decoro parlamentar, violando normas regimentais.
As defesas dos dois parlamentares negaram veementemente as acusações e qualificaram a votação como “ato político persecutório” — um ponto que acirrou ainda mais os ânimos entre apoiadores.
Uma sessão histórica e polêmica
Desde o início dos trabalhos, a sessão foi marcada por forte tensão. Deputados aliados e de oposição trocaram farpas no plenário, enquanto líderes partidários buscaram justificar seus votos em discursos inflamados. A votação, atlética e sob grande expectativa da imprensa, terminou com um placar que surpreendeu até veteranos do Congresso.
Logo após a divulgação do resultado, aliados de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem disseram que recorrerão ao STF, alegando violações ao direito de ampla defesa e interpretação parcial do regimento interno. A polêmica promete ganhar novos capítulos nos tribunais.
Repercussão nacional e internacionalA cassação dos mandatos de figuras tão centrais à cena política recente coloca o Brasil em foco no mundo. Observadores internacionais acompanham o episódio com atenção, vendo tanto um exemplo de reação institucional a excessos quanto um possível campo de tensões que pode afetar a governabilidade.
Nas redes sociais, apoiadores organizaram manifestações espontâneas em diversas capitais. Enquanto isso, movimentos civis de diversa orientação usaram a decisão para reforçar seus argumentos sobre limites do discurso político, respeito às instituições e fortalecimento do Estado democrático de direito.
Um ponto de inflexão na história democrática brasileira
Especialistas ouvidos pela Gazzeta Paulista destacam que essa não é uma mera disputa política: trata-se de um precedente sobre como o Legislativo se autoprotege e regula seus membros quando estes ultrapassam limites legais e constitucionais.
“Mandatos não são títulos vitalícios”, declarou um constitucionalista após a votação. “Quando um parlamentar ultrapassa os limites da lei e do decoro, cabe ao próprio Congresso agir — com independência, sem arbítrio, mas com firmeza.”

































