A ministra da Saúde, Nísia Trindade, apresentou os resultados do Grupo de Trabalho da Saúde no segundo dia do GT da Saúde em Natal. Acesso universal à saúde, enfrentamento à tuberculose e as mudanças climáticas foram temas do encontro.
O combate às desigualdades sociais e a equidade em saúde foi o centro do debate da 4ª Reunião do Grupo de Trabalho de Saúde (GT da Saúde) esta terça-feira (3) em Natal, capital do Rio Grande do Norte. “Sob a liderança do presidente Lula, temos trabalhado incessantemente para que o combate às desigualdades, à fome e à pobreza esteja no centro do debate internacional”, reiterou a ministra.
Na abertura do segundo dia do evento, Nísia destacou que o encontro entre as lideranças do G20 proporciona a oportunidade de ultrapassar fronteiras de conhecimento e impulsionar ações e políticas que visem ao bem-estar de todas as populações e que garantam o acesso universal à saúde. “É com esse espírito que assumimos a presidência do G20. É o propósito fundamental e a pedra basilar de nossos esforços”, salientou.
Nísia falou sobre os resultados esperados das discussões: chegar a um acordo sobre a declaração ministerial sobre mudança do clima, saúde e Uma Só Saúde; e o apoio dos ministros do G20 para a criação da Aliança para a Inovação e a Produção Local.
A Aliança é uma proposta que promoverá a cooperação voluntária com o objetivo de ampliar o acesso a vacinas, medicamentos e diagnósticos para doenças e populações negligenciadas. “Todos poderão participar desse esforço coletivo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem apoiado a ideia desde sua concepção e continuará colaborando para o sucesso da Aliança, apoiando a tomada de decisões baseada em evidências”, explicou Nísia.
As mudanças climáticas também foram citadas pela titular da Saúde que afirmou que “as alterações do clima transformaram as doenças tropicais em um desafio para o mundo todo” e defendeu o investimento em capacidades locais para salvar vidas e fortalecer a resiliência dos países para enfrentar emergências em saúde. A ministra lembrou ainda a importância de reforçar a integração da saúde nas discussões sobre mudanças do clima, rumo a 2025, quando o Brasil sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Ao finalizar, Nísia reforçou, também, o compromisso em avançar na abordagem de Uma Só Saúde e conclamou a todos a ‘aproveitarem as discussões para fazer a diferença necessária na saúde das populações’.
Estratégias para eliminar tuberculose na era das mudanças climáticas
De que maneiras os países do G20 podem apoiar a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) e os países de baixa e média renda para desenvolver uma resposta à tuberculose, resiliente às mudanças climáticas? Qual seria o caminho mais importante e mais acionável para mitigar o impacto das mudanças climáticas na epidemia de tuberculose? A proteção social pode desempenhar um papel nesse sentido? Essas questões foram respondidas no evento de discussões promovido pelo Brasil, Opas e OMS na 4ª Reunião do Grupo de Trabalho da Saúde do G20, em Natal.
Com o tema “Acabar com a tuberculose no contexto das mudanças climáticas: construindo evidências para informar ações”, a reunião ocorreu na segunda-feira (2), no segundo dia de evento. “A ideia é discutir como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam a eliminação da tuberculose em 2030, podem ser impactados pelas mudanças climáticas”, explicou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
De acordo com ela, há ações das mudanças climáticas que afetam diretamente o controle da doença como, por exemplo, as enchentes que assolaram o estado do Rio Grande do Sul. “As pessoas em tratamento da doença não poderiam ficar sem o medicamento. A medida urgente do Ministério da Saúde foi aumentar os lugares de distribuição para que, quem precisasse do medicamento, pudesse retirá-lo da maneira mais rápida e acessível possível”, observou.
Outra questão discutida foi sobre como a mudança climática pode afetar a microbactéria que causa a tuberculose. “Essas pesquisas já estão em curso, mas vamos nos aprofundar mais nesse cenário para entender e estabelecer ações diante dos impactos que essas mudanças de clima causam na microbactéria”, acrescentou Ethel.
Contexto
Os fatores sociais, econômicos e ambientais como desigualdades, pobreza, insegurança alimentar, deslocamento em massa, interrupção dos sistemas de saúde, má ventilação e poluição do ar aumentam a suscetibilidade à tuberculose. Soma-se a isso os riscos relacionados às mudanças climáticas (calor extremo, inundações, tempestades, seca) que continuam alimentando as epidemias locais e dificultam o progresso em direção ao fim da doença nesses países, principalmente por meio da interrupção dos serviços de saúde e vias de insegurança alimentar.
Construir sistemas de saúde mais resilientes e ambientalmente sustentáveis é considerada uma das três grandes estratégias para responder ao efeito das mudanças climáticas e trazer saúde.
Com informações da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde