Quando a bolinha subir para o primeiro jogo da etapa de Foz do Iguaçu (PR) do circuito mundial de tênis de mesa nesta quarta-feira, 30 de julho, a digital de uma política pública do Governo Federal estará onipresente na trajetória dos atletas que representam o Brasil: o Bolsa Atleta.
O Bolsa Atleta sempre foi essencial na minha carreira. Me ajudou a ir treinar na Europa, viajar para torneios, comprar materiais esportivos, fazer fisioterapia, preparação física, preparação mental”
Vitor Ishiy, titular da seleção e contemplado em 12 editais do programa desde 2011
O programa de patrocínio direto do Ministério do Esporte faz ou já fez parte da estrada de 29 dos 30 dos mesatenistas (96,6%) que representam o país no WTT Star Contender, que tem competições até domingo, 3 de agosto. Atualmente, 22 dos 29 (73%) integram o programa. Investimento que se reflete em mais de R$ 3,7 milhões aplicados ao longo das carreiras desses esportistas e que se traduz em longevidade e segurança.
“O Bolsa Atleta sempre foi essencial na minha carreira. Me ajudou a ir treinar na Europa, viajar para torneios, comprar materiais esportivos, fazer fisioterapia, preparação física, preparação mental”, lista Vitor Ishiy, titular da seleção e contemplado em 12 editais do programa desde 2011.
Como Vitor, 11 atletas em Foz já tiveram o nome em pelo menos cinco editais. “Representar a seleção sempre foi o principal para mim, então não será diferente agora. Poder jogar em casa é muito bom, sempre me dá uma energia extra”, completa Ishiy, atual número 48 do mundo.
“O grande investimento que fazemos ao longo da carreira dos nossos atletas mostra o quanto o Bolsa Atleta é fundamental para os esportistas. É uma política consolidada e essencial, que acompanha o atleta em cada etapa. Desde o período em que começam, na categoria de base do programa, até o topo da carreira, na Bolsa Pódio. Uma política estruturada e determinante para o Brasil alcançar o patamar de potência olímpica e ser um orgulho para toda a nossa gente”, afirma o ministro André Fufuca (Esporte).

Infográfico – Bolsa Família no WTT Star Contender de Foz do Iguaçu (PR)
RETRATO – No edital mais recente do Bolsa Atleta, o tênis de mesa tem 163 atletas na versão olímpica e 115 na paralímpica do programa. Ao longo da história, a política já beneficiou 992 mesatenistas. Em 2025, levando em conta todas as categorias do programa e todas as modalidades, são 9,6 mil bolsistas, recorde histórico, entre olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos, a partir de um investimento de R$ 196 milhões.
O TORNEIO – O WTT Star Contender de Foz do Iguaçu distribui US$ 300 mil em premiação e soma 600 pontos para os campeões da chave individual e de duplas. O vencedor no individual leva US$ 17 mil. O troféu de duplas vale US$ 5.500. Há competições no individual masculino e feminino, duplas no masculino e no feminino, além das duplas mistas. O Brasil tem representantes em todas as categorias: 13 no feminino e 17 no masculino (confira aqui as chaves e confrontos previstos).
DESTAQUES – Número três do mundo, campeão da Copa do Mundo, vice-campeão mundial e dono de nove títulos individuais do WTT ao longo da carreira, Hugo Calderano é o principal nome do país e das Américas. Chega à cidade paranaense com dois troféus na mala, conquistados no último fim de semana em Buenos Aires, na Argentina: campeão na chave de simples e na dupla mista, ao lado de Bruna Takahashi. É integrante de forma ininterrupta do Bolsa Atleta desde 2010, quando tinha 14 anos.
CHAVE – Cabeça-de-chave número um do torneio individual, Calderano terá como principais adversários no Paraná os alemães Benedikt Duda (12º do mundo) e Dang Qiu (13º), além do sul-coreano Oh Junsung (19º) e do japonês Yukiya Uda (30º). Desses, quem costuma ser a maior pedra no sapato do brasileiro é o alemão Dang Qiu. No head to head do circuito mundial, eles já jogaram seis vezes, com três vitórias para cada lado, sendo que o alemão levou a melhor nas duas mais recentes.
OUTROS NOMES – Além de Calderano e Vitor Ishiy, o Brasil tem outros cinco atletas já na chave principal do WTT de Foz do Iguaçu. Nomes como Guilherme Teodoro e Leonardo Iizuka, que frequentemente representam a seleção principal, se somam a outros 10 na lista do qualifying do torneio, entre eles o veterano Gustavo Tsuboi, que já representou o Brasil em Jogos Olímpicos.
FEMININO – Na chave feminina, Bruna Takahashi é a principal representante brasileira. Atual número 19 do ranking mundial, ela é a cabeça-de-chave número cinco da competição. Bruna é outra parceira antiga do Bolsa Atleta, com o nome em nove editais do programa desde 2014.

Laura Watanabe, uma das 13 representantes brasileiras na chave feminina. Foto: Abelardo Mendes Jr. / Time Calderano
FAVORITAS – A principal favorita é a japonesa Miwa Harimoto, número seis do ranking, que conquistou o título no último domingo, em Buenos Aires. Outros destaques na chave são as também japonesas Satsuki Odo (8ª) e Honoka Hashimoto (14ª), além da experiente Chen I-Ching, de Taiwan, vice-campeã na etapa da Argentina. Pelo Brasil, há um total de 13 representantes, todas já inscritas na chave principal.
MISTA – Embalados pela conquista do título de dupla mista em Buenos Aires e pelo vice-campeonato na etapa da Eslovênia, Hugo Calderano e Bruna Takahashi são a esperança de um novo bom resultado para o Brasil na dupla mista.
PRATA DA CASA – Quem tem expectativa diferenciada no torneio é Maria Leticia Mendes, de 25 anos. Com dez anos de prática, ela se divide atualmente entre as horas como atleta de alto desempenho e as funções de técnica na academia ATMFoz – Gresfi, com cerca de 100 alunos. Embora seja natural de Apucarana, ela vive em Foz há quatro anos e será a única “prata da casa” na competição. “Será a minha primeira vez num WTT. Hoje meu foco é mais como técnica, mas não poderia perder a oportunidade. Estou treinando para dar o máximo”, comenta ela, que exalta a oportunidade de os alunos acompanharem o evento. Muitos deles vão atuar pegando bolinhas durante as partidas. “Ter algo aqui em Foz é maravilhoso, fora a chance de os alunos assistirem a jogos de alto nível ao vivo”.