A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza foi citada como um exemplo de liderança no combate à insegurança alimentar, nesta segunda-feira, 28 de julho, durante a abertura da 2ª Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares (UNFSS+4), que ocorre em Adis Abeba, Etiópia, até esta terça-feira (29).
Em mensagem enviada em vídeo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, admitiu progressos na luta contra a fome, mas ainda insuficientes para fazer frente à situação atual “A fome global está crescendo, choques comerciais estão tornando os preços dos alimentos inacessíveis e um terço do mundo não pode pagar por uma dieta saudável”, lamentou. “Não é apenas uma crise de escassez — é uma crise de equidade, justiça e clima”, completou.
Diante desse cenário, defendeu a união de esforços e saudou iniciativas como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. “Precisamos construir com base em novas lideranças, como a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, e ampliar as ações em todos os setores”, disse. “Os governos não conseguem fazer isso sozinhos”, acrescentou.
Para Guterres, há três urgências a serem enfrentadas. A primeira diz respeito à necessidade de “quebrar silos”. “Os sistemas alimentares são responsabilidade de todos, precisamos de políticas integradas e de um marco global que conecte a agricultura às pessoas, à saúde, ao clima, ao comércio e às finanças”, afirmou. Além disso, enfatizou a necessidade de abordar desequilíbrios de poder, além de desbloquear e conectar o financiamento em larga escala.
A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Lilian Rahal, também participou da abertura. “O reconhecimento do secretário-geral da ONU à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza como um modelo de inovação para a segurança alimentar mundial reforça o caminho que estamos construindo”, comentou. “Como ele destacou, esta não é apenas uma luta por produção de alimentos, mas uma batalha por justiça e igualdade. O futuro da alimentação é o futuro da humanidade – e não podemos aceitar que a fome ainda seja usada como arma de guerra. Nossa conexão com a agenda climática, especialmente na COP30, e os investimentos em agroecologia mostram que é possível unir soberania alimentar, sustentabilidade e dignidade para todos”, reforçou.
ALIANÇA – Lançada em 2024, a iniciativa tem como objetivo apoiar e acelerar os esforços para erradicar a fome e a pobreza, ao mesmo tempo em que reduz as desigualdades e defende caminhos de transição sustentáveis, inclusivos e justos. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, é também copresidente da Aliança Global.
MAPA DA FOME – A 2ª Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares (UNFSS+4) será palco, nesta segunda-feira (28.07) do lançamento do Relatório sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI 2025), principal referência global sobre a fome. Logo após o evento, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, que representa o Brasil na Cúpula, concederá entrevista coletiva online.
