Ministério da Cultura (MinC) lamenta a morte da atriz e comediante Berta Loran, ocorrida na noite deste domingo (28), no Rio de Janeiro. Aos 99 anos, Berta encerra uma trajetória marcada por pioneirismo, talento e resistência, deixando um legado inestimável para as artes cênicas e para o humor brasileiro.
Nascida Basya Loran, em Varsóvia, na Polônia, em 23 de março de 1926, Berta chegou ao Brasil ainda criança, em 1929, fugindo com a família da perseguição antissemita que se intensificava na Europa. Sobrevivente das ameaças que antecederam o Holocausto, encontrou em terras brasileiras um novo lar — e foi aqui que construiu uma das mais longevas e respeitadas carreiras da televisão e do teatro nacional.
Com uma presença marcante e uma capacidade única de fazer rir, Berta Loran foi uma das primeiras mulheres a ocupar espaço de destaque no humor televisivo brasileiro, em uma época em que o gênero era dominado por homens. Participou de produções emblemáticas da TV Globo, como Zorra Total, Escolinha do Professor Raimundo, A Diarista, Babilônia e Alto Astral, além de atuar em novelas e programas de diferentes emissoras. No teatro, estrelou comédias de sucesso e conquistou plateias com seu carisma e timing cômico impecável.
Ao longo de mais de sete décadas de carreira, Berta quebrou barreiras, abriu caminhos para gerações futuras e ajudou a consolidar o humor como parte fundamental da cultura popular brasileira. Sua trajetória combina arte e história, marcada pela coragem de recomeçar em um novo país e pela dedicação à profissão até seus últimos anos de vida.
O Ministério da Cultura reconhece a importância de Berta Loran para a formação do imaginário cultural brasileiro e se solidariza com familiares, amigos, colegas de profissão e com o público que acompanhou e se encantou com seu trabalho. Sua partida representa uma perda irreparável para as artes e para a memória afetiva de milhões de brasileiros.