quarta-feira, 11 setembro, 2024

Festival de baixaria abre o cenário da campanha municipal de São Paulo

A recente disputa pelas eleições municipais em São Paulo se transformou em um verdadeiro “UFC da baixaria”, eclipsando quaisquer planos ou estratégias que deveriam nortear uma campanha digna e comprometida com os interesses da população. Em vez de propostas concretas para enfrentar os desafios da metrópole, o que vimos foram os candidatos se engalfinhando em ataques pessoais e desqualificações, deixando de lado o que realmente importa.

À frente deste ringue de insultos, destacam-se figuras como o jornalista José Luiz Datena, Pablo Marçal, Ricardo Nunes Tabata Amaral,marina Helena e Boulos.

O jornalista Datena ,que, embora traga uma vasta experiência como comunicador e conhecimento profundo da cidade após 40 anos de carreira, tornou-se protagonista da irritabilidade em debates, onde a lógica e a argumentação muitas vezes foram substituídas por gritos e desrespeito. Seu papel de mediador da informação parecia perder seu valor, convertendo-se em mais uma peça desse espetáculo lamentável.

Do outro lado, Pablo Marçal (PRTB)
, o primo do “primo rico”, traz uma trajetória de superação que deveria ser um ponto positivo, mas o que se destacou foi sua evidente falta de equilíbrio emocional. Seus ataques incisivos aos adversários, embora baseados em uma vivência pessoal de vitória, apenas serviram para acirrar as animosidades, em vez de promover um diálogo construtivo. Foi deprimente visualiza-lo filmando o adversário Boulos para seu publico na internet, no lugar da proposta surgiu uma energia violenta no local.

Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito, se apresenta como um governo morno, cuja estratégia parece ser apenas a defesa contra os ataques. Seu tom apaziguador e a tentativa de apresentar resultados concretos são, na verdade, um reflexo da inércia política que muitos acentuam, como se a cautela fosse suficiente para engajar a opinião pública.

Por fim, temos Guilherme Boulos (PSOL)
, o candidato que promete “limpar” o centro de São Paulo, repetindo promessas que lembram o que já foi dito pelo governador Tarcísio, sem que houvesse uma efetiva cobrança de resultados. Boulos, com seu discurso progressista, peca ao subestimar a complexidade da tarefa e a necessidade de um plano elaborado, em vez de promessas simplistas que soam mais como slogans de campanha do que como propostas viáveis.

A candidatura de Tabata Amaral, que se tornou ainda mais visível por seu relacionamento com o prefeito João Campos, acabou sendo objeto de ataques que deslegitimaram seu papel como política e sua capacidade de liderar. É lamentável que, em vez de se discutir suas propostas, tenha-se focado em questões pessoais, o que apenas contribuiu para um ambiente tóxico e improdutivo.

Por outro lado, Maria Helena enfrentou uma situação similar, onde seu valor como candidata foi muitas vezes eclipsado por comentários maldosos e tentativas de desmerecer seu trabalho. O que se espera de candidaturas femininas, especialmente em uma cidade como São Paulo, é um debate sobre políticas públicas e a busca por igualdade, e não um festival de desqualificações.

Entre os demais candidatos, nomes como Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP) e Altino Prazeres (PSTU) não conseguiram se desvincular desse clima de rivalidade abertamente hostil.

O saldo final dessa campanha parece indicar que, ao invés de um avanço no debate político, estamos caminhando em direção a um cenário de desespero e desilusão. As campanhas deveriam ser uma oportunidade de inspirar e mobilizar a sociedade, não um triste espetáculo onde valem mais os ataques pessoais do que as propostas. É hora de repensar a forma como a política é feita em São Paulo e em todo o Brasil, para que possamos, finalmente, trabalhar por um futuro mais digno e respeitoso.

Infelizmente, os cidadãos de São Paulo merecem mais do que esse espetáculo lamentável; precisam de líderes que estejam dispostos a trabalhar em prol da cidade e de sua gente, e não apenas em busca de protagonismo nas redes sociais ou na mídia.

O que se espera são soluções e propostas alinhadas com as demandas da população, designaram esforços ao invés de ataques diretos e críticas destrutivas, o que apenas afasta os eleitores dos debates construtivos que eles realmente precisam.

Texto: Sula Costa

Fonte: Assessoria de imprensa

Foto: Acervo pessoal

Edicao : Costa Consulting Co Sula Costa MTB 0003600/GO

Sula Costa
Sula Costahttps://www.sulacosta.com
Sula Costa nasceu em Anápolis, GO. Jornalista e empresária, estudou marketing no Brasil. Em NY, trabalhou com produtoras cinematográficas internacionais, Organizações de Instituto de Pesquisa em Preservação do Meio ambiente na ONU (I.R.E.O) . Estudou produção de TV na Califórnia , designer gráfico e fotografia em NY. Trabalhou em projetos de restauração, construção e intervenção, planejamento culturais para o Brasil . Cobriu os principais eventos econômicos do Brasil em New York; trabalhou como correspondente internacional para o jornalista Gilberto Amaral e Casa do Brasil Internacional em Nova Iorque de 2008 a 2012. É Diretora Executiva da Costa Consulting CO,, empresa de consultoria e fomento cultural em Brasilia - DF e fundadora da Associação World Art Show BR em São Paulo, que apoia a arte visual e cultura do Brasil. Atualmente é vice-presidente da A.C.L.A.B - Academia de Ciências Letras e Artes do Brasil em São Paulo - SP.
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