Com o objetivo de transformar laços históricos e culturais em oportunidades econômicas concretas, foi realizado hoje o Fórum Empresarial Brasil-Nigéria, presidido pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin. O encontro contou com a participação do vice-presidente da Nigéria, Kashim Shettima, da ministra da Indústria, Comércio e Investimento, Jumoke Oduwole, o diretor de Gestão Corporativa da ApexBrasil, Floriano Pesaro, Comissão de Promoção de Investimentos da Nigéria (NIPC), e representes de empresas e de governos dos dois países. O evento explorou sinergias entre os países em setores de alto crescimento como agronegócio, bioenergia, economia digital, saúde, defesa e indústrias criativas.
O diretor de Gestão Corporativa da ApexBrasil, Floriano Pesaro, destacou que desde a última missão em Abuja em janeiro deste ano, agendas importantes já avançaram, como o investimento de US$2,5 bilhões da JBS, a chegada dos primeiros embriões bovinos, bem como o projeto de construção de seis usinas de cana de açúcar com transferência de tecnologia e apoio logístico do Brasil. “E a ApexBrasil avança também em outros instrumentos de cooperação, com foco em internacionalização, startups, capacitação de pequenas e médias empresas e acesso a financiamento”, afirmou.
Painéis técnicos abordaram temas como inovação no agronegócio tropical, cooperação em biotecnologia e bioenergia, e transferência de tecnologia como ferramenta de inclusão produtiva. Representantes de instituições como Embrapa, ABIMAQ, Anvisa e Fiocruz participaram das discussões, ao lado de autoridades nigerianas e empresários brasileiros que compartilharam experiências de campo.
Reuniões e acordos bilaterais
Junto ao fórum, foram realizadas reuniões bilaterais entre o vice-presidente brasileiro e autoridades nigerianas, incluindo o Ministério da Indústria e Comércio, o governo do Estado de Plateau e o grupo Flour Mills of Nigeria, principal conglomerado agroindustrial do país. Esses encontros visaram identificar oportunidades específicas de cooperação em energia renovável, alimentos processados, transporte limpo e mineração sustentável.
Ao final da agenda, participantes se reuniram em salas setoriais temáticas, com foco em três áreas prioritárias: Agronegócio e Bioenergia, discutindo interesses mútuos sobre o setor agrícola e tecnologias de etanol e maquinário, infraestrutura para Comércio Digital, como e-commerce, pagamentos digitais e logística inteligente e Indústrias Criativas e Turismo, com ênfase em coproduções audiovisuais e exportação cultural.
Assinatura de acordos
Os acordos assinados abrangem temas prioritários para os dois países. Na defesa, foi formalizado um acordo que amplia a cooperação em equipamentos de uso militar, além de um memorando entre a Polícia Federal brasileira e a Agência Nacional de Aplicação da Lei de Drogas da Nigéria, com foco no combate ao narcotráfico e ao crime organizado.
Na área da cultura, o Acordo de Coprodução Audiovisual busca aproximar as indústrias criativas brasileira e nigeriana, estimulando a realização de produções conjuntas.
O memorando na área de turismo prevê programas de intercâmbio, capacitação profissional e atração de investimentos no setor, contribuindo para a diversificação econômica e a promoção cultural mútua.
O setor de energia também ganhou destaque com a assinatura de um memorando que abre caminho para parcerias tanto em fontes tradicionais quanto em energias renováveis, em sintonia com os compromissos de ambos os países com a transição energética e o desenvolvimento sustentável.
Cooperação Estratégica
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o governo brasileiro está pronto para apoiar, facilitar e impulsionar esta nova etapa de relacionamento entre os dois países e ressaltou que o país tem compromisso com a agenda sustentável, baseada na neoindustrialização, inovação e transição verde. Segundo Alckmin, “o Brasil não exporta apenas produtos. Exporta soluções, conhecimento e experiência”. Ao encerrar seu discurso, o vice-presidente convidou os empresários a aproveitarem as oportunidades com ousadia e visão de longo prazo. “O que Brasil e Nigéria estão fazendo aqui hoje é dar forma a uma cultura bilateral que aposta na complementariedade, na inclusão, na sustentabilidade e na inovação”afirmou.