Ao todo, 9.075 atletas olímpicos e paralímpicos vão ser contemplados com a medida
O Bolsa Atleta, um dos maiores programas de patrocínio individual a esportistas do mundo, terá seu primeiro reajuste em 14 anos. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 27 de junho, pelo ministro do Esporte, André Fufuca, durante participação no programa Bom Dia, Ministro.
O Bolsa Atleta há 14 anos não tem reajuste algum. O presidente Lula tem total preocupação de que a gente possa incentivar ao máximo o esporte nacional. E autorizou, inclusive já conseguiu recursos, para que a gente possa, após 14 anos, fazer o reajuste”
André Fufuca, ministro do Esporte
“O Bolsa Atleta tem 20 anos de existência. Foi criado em 2004, no primeiro governo do presidente Lula. E há 14 anos não tem reajuste algum. Imagine só você que recebia o salário-mínimo há 14 anos atrás ter o mesmo hoje. A inflação corrói, engole o salário. O presidente Lula tem total preocupação que a gente possa incentivar ao máximo o esporte nacional. E autorizou, inclusive já conseguiu recurso para que a gente possa, após 14 anos, fazer o reajuste”, afirmou o André Fufuca, durante participação no programa com radialistas de todas as regiões do país.
O reajuste, no percentual de 10,86%, será dado a todas as categorias do Bolsa Atleta – Base e estudantil, Nacional, Internacional e Olímpica/Paralímpica –, que este ano bateu o recorde histórico de beneficiados, com 8.716 atletas contemplados.
O aumento também vale para a Bolsa Pódio, a categoria mais alta do programa, voltada a atletas classificados entre os 20 primeiros do ranking mundial de suas modalidades e com mais chances de conquistar medalhas nos grandes eventos internacionais, Neste ano, o Bolsa Pódio teve 359 contemplados. Com isso, o total de atletas beneficiados com o reajuste chega a 9.075. “Todos os beneficiários do Bolsa Atleta terão o valor reajustado”, frisou o ministro. Segundo Fufuca, o Governo Federal trabalha para que o reajuste já chegue aos atletas a partir de agosto.
Com a medida, o menor valor da Bolsa Atleta, da categoria Base/Estudandil, passará de R$ 370 para R$ 410,28. Já o maior valor, da categoria Bolsa Pódio, sairá de R$ 15 mil para R$ 16.629. Confira o detalhamento abaixo:
SURPRESA – Nascida em João Pessoa e vivendo em Brasília, onde treina no Centro Olímpico da UnB, Luana Lira, 28 anos, dos saltos ornamentais, contou que o Bolsa Atleta tem papel determinante em sua trajetória, que teve como um dos pontos altos a participação, em 2021, dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
“Eu fiquei muito surpresa e feliz quando soube desse aumento”, disse Luana, que recebe o Bolsa Atleta desde os 14 anos. “A importância do Bolsa Atleta é gigantesca. Eu acho que minha carreira não seria possível sem ele. É o que me mantém e me sustenta até hoje. Todas as minhas conquistas são graças ao Bolsa Atleta. Tudo o que conquistei foi graças ao Bolsa Atleta. Com certeza eu não teria ido aos Jogos Olímpicos sem esse apoio. Faz parte diariamente do atleta de alto rendimento. É nosso salário, nosso sustento”, ressaltou.
Era um pleito há muito tempo reivindicado pelos atletas. O resultado simbólico desse anúncio é mostrar que o esporte é importante para a sociedade e que estimular a prática esportiva é prioridade do governo”
Carla Maia, do tênis de mesa paralímpico, classificada para os Jogos de Paris 2024
PIONEIRA – Nascida em Brasília, mesatenista paralímpica Carla Maia é uma das pioneiras do Bolsa Atleta. Recebe o benefício desde o primeiro edital do programa, em 2005, e passou por várias categorias do programa até chegar, atualmente, à categoria Pódio, a principal.
“Era um pleito há muito tempo reivindicado pelos atletas. Fiquei bem feliz com essa novidade”, afirmou a mesatenista. “O resultado simbólico desse anúncio é mostrar que o esporte é importante para a sociedade e que estimular a prática esportiva é prioridade do governo. Fico feliz porque a gente que pratica esporte sabe da importância da atividade na nossa vida, não só competitivamente, mas emocionalmente, fisicamente”.
A mesatenista está classificada para os Jogos Paralímpicos de Paris, entre 28 de agosto e 8 de setembro. Será a primeira participação da atleta no megaevento como esportista, já que participou de várias edições como jornalista profissional. “É com a Bolsa que a gente consegue pagar treinos, fisioterapeuta, psicólogo, viagens, competições, material. A Bolsa Atleta ajuda a gente a investir na carreira e representar nosso país da melhor forma”, detalha.
RESULTADOS
O reflexo do apoio do Governo Federal aos atletas e a força e abrangência do Bolsa Atleta ficam claros quando analisado o desempenho do Brasil em dois dos maiores eventos do esporte mundial: os últimos Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos, em Tóquio, em 2021. No Japão, 80% dos integrantes da delegação brasileira e 95% da paralímpica eram bolsistas. Nas Olimpíadas, o Brasil conquistou 21 medalhas (sete ouros, seis pratas e oito bronzes), em 13 modalidades e terminou os Jogos na 12ª colocação no quadro de medalhas. Em 19 dos 21 pódios (90,45%), os atletas recebiam o Bolsa Atleta.
Já nas Paralimpíadas, foram 72 medalhas (22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes) conquistadas, o que rendeu ao país a 7ª posição no quadro de medalhas. Os bolsistas representaram 68 dos 72 pódios conquistados: 94,4% do total. “Reconhecemos o Bolsa Atleta como um instrumento transformador no esporte nacional desde sua criação. O aumento é oportuno, justo e extremamente louvável para que nossos competidores possam manter sua rotina de treinamentos e programação de competições com a tranquilidade que este apoio do Governo Federal provê”, afirmou Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008) e presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro
Matéria envida pela assessoria de comunicação ministro do Esporte