Na manhã desta terça-feira (29), centenas de profissionais da educação e da saúde do município de São Paulo ocuparam a frente da Câmara Municipal, no Viaduto Jacareí, em um ato conjunto de greve que evidenciou a insatisfação crescente das categorias com a atual gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

A manifestação, marcada por palavras de ordem, faixas, cartazes e carros de som, reuniu servidores públicos da rede municipal de ensino e da área da saúde — como agentes de vigilância sanitária e trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A principal pauta dos grevistas é o reajuste salarial compatível com a inflação acumulada, melhores condições de trabalho e a revogação da Lei 18.722/22, conhecida como “SampaPrev 2”, que impôs novas regras de aposentadoria consideradas lesivas pelos servidores.

A concentração teve início no início da tarde, com diversas falas de lideranças sindicais, entre elas representantes do SINPEEM (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), do SINDSEP (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo) e do SINDISAÚDE-SP. As falas destacaram o congelamento salarial, o adoecimento dos profissionais e a precarização dos serviços públicos, além do corte de verbas em setores essenciais.
“Estamos sendo empurrados para fora do serviço público por políticas que desvalorizam nossa profissão e ignoram nosso esforço diário”, declarou uma professora da rede municipal, presente no ato com seus colegas de escola.

Entre as principais faixas e palavras de ordem, frases como “Educação não é gasto, é investimento!” e “Saúde pública pede socorro!” ecoaram pelas ruas do centro. Muitos servidores vestiam camisetas com mensagens de resistência, e cartazes exigindo valorização salarial e melhores condições de trabalho.
A mobilização teve ainda apoio de entidades estudantis e movimentos populares, além de parlamentares de oposição que discursaram em apoio às categorias em greve. O trânsito na região central foi impactado, e a segurança foi reforçada pela GCM (Guarda Civil Metropolitana).
A prefeitura, até o momento, não apresentou proposta concreta de negociação. Em nota, afirmou apenas que “mantém diálogo aberto com os representantes das categorias”. No entanto, os sindicatos denunciam o esvaziamento das mesas de negociação e prometem intensificar a paralisação, com possibilidade de greve por tempo indeterminado.