sexta-feira, 1 de agosto de 2025

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Há 15 anos no Bolsa Atleta, Calderano celebra visibilidade e momento único no WTT de Foz do Iguaçu

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 rosto está em destaque no banner de divulgação do WTT de Foz do Iguaçu, a etapa brasileira do circuito mundial de tênis de mesa. O nome frequenta o top 10 do ranking mundial de forma ininterrupta desde novembro de 2018, quando tinha 22 anos (atualmente é o número 3). A assinatura do carioca de 29 anos está na final de quatro torneios seguidos em 2025. Ganhou a Copa do Mundo (o primeiro não chinês e não europeu a conquistar o título, feito exaltado até pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva), foi vice-campeão mundial, venceu a etapa do WTT da Eslovênia e saiu da Argentina, no último domingo, com o troféu individual e de dupla mista (ao lado da parceira Bruna Takahashi) em Buenos Aires. 

Quando eu era mais novo, ainda não conhecido, o Bolsa Atleta me ajudou a investir na carreira e a participar de competições. Mesmo nas outras fases, quando comecei a ter mais oportunidades, a necessidade de investimento foi crescendo. O tênis de mesa é uma modalidade que sofre com a falta de investimento. O apoio do poder público tem sido especialmente importante”
Hugo Calderano, número 3 do mundo

É com essas credenciais que Hugo Calderano chega ao Brasil como cabeça-de-chave número 1 e favorito ao título na cidade paranaense. Um nome que, como se convenciona dizer, fura bolhas. Transcende o tênis de mesa. Virou sinônimo de excelência. Um ídolo que fala sete idiomas, monta cubo mágico em segundos, sabe os nomes de todas as capitais do planeta, toca ukulele, joga com desenvoltura vôlei e basquete e ensinou como deixar para trás uma frustração do tamanho dos Jogos Olímpicos com a redenção em 2025 após a medalha escapar em Paris 2024. 

“Realmente está sendo o melhor ano da minha carreira em termos de resultado, sem dúvidas. Fico feliz com a visibilidade que isso trouxe, incentivando muita gente a praticar o tênis de mesa. Recebo muitas mensagens sobre clubes e academias com um crescimento grande. Na mídia em geral a gente está aparecendo cada vez mais, e esse sempre foi um dos meus objetivos: ajudar a popularizar o esporte”, afirmou Calderano. Segundo informações da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, a modalidade passou de 3.500 filiados há três anos (entre atletas, técnicos e árbitros) para mais de 10 mil em junho de 2025. 

ESTREIA – O brasileiro estreia na competição nesta quinta (31), na chave de duplas mistas. Ele e Bruna Takahashi enfrentam os chilenos Alfonso Olave e Sofia Vega a partir das 10h. No individual, ele joga a primeira partida na sexta, ainda sem adversário definido, e tem como objetivo manter o nível que apresentou nas últimas quatro competições, em que somou 22 vitórias em 23 jogos. “É bom voltar ao Brasil para jogar em casa. O público, a torcida sempre me recebe bem, me sinto à vontade. Espero que a galera curta. É claro que o meu objetivo é conseguir mais um título e manter o nível que tenho apresentado, mas tem vários jogadores de alto nível. O principal vai ser curtir esses momentos próximo à torcida”, disse o atleta, que vive na Alemanha há mais de dez anos.

R$ 3,7 MILHÕES – Nesta entrevista (em tópicos abaixo), Calderano também aborda projeções para a temporada, desafios para seguir no topo, o avanço na qualidade de jogo nas duplas mistas e a parceria de mais de 15 anos com o Bolsa Atleta (confira infográfico). Na competição em Foz do Iguaçu, o Brasil tem 30 inscritos. Desses, 29 estão ou passaram pelo programa (96%) de patrocínio direto do Governo Federal. O investimento do Ministério do Esporte ao longo da carreira dos integrantes desse grupo de mesatenistas supera os R$ 3,7 milhões

30072025_infografia_calderano.jpgInfográfico – os principais resultados de Calderano e sua história no Bolsa Atleta

PONTO A PONTO COM CALDERANO 

BOLSA ATLETA – Durante a minha trajetória, esse apoio foi muito importante. Quando eu era mais novo, ainda não conhecido, esse recurso me ajudou a investir na carreira e a participar de competições. Mesmo nas outras fases, quando comecei a ter mais oportunidades, a necessidade de investimento foi crescendo. O tênis de mesa é uma modalidade que sofre com a falta de investimento. Não há grandes projetos de patrocínio para a modalidade, então o apoio do poder público tem sido especialmente importante.

OURO COM BRUNA – A gente já vinha de uma prata em Ljubljana, no Star Contender (da Eslovênia). O nosso jogo encaixou mais. Fizemos ajustes táticos, de estratégia e de estilo. Acho que é importante pensar bastante nisso. Às vezes você só consegue ganhar essa experiência jogando. Os treinos não são suficientes. A gente tem a vantagem de se conhecer bem fora da mesa (são um casal) e de ter uma confiança grande um no outro. Claro que a parte tática e a parte técnica são importantes, mas acho que nesse aspecto a gente tem de sobra. É bom ver a nossa evolução, que a gente está conseguindo ganhar jogos, torneios. E claro, a gente vai buscar bater de frente com os melhores do mundo.

CALENDÁRIO E PLANEJAMENTO – Já tenho basicamente todas as competições de que vou participar: tem mais dois Grand Smash, um na Suécia e um na China. Vou participar dessas duas competições. Temos mais três eventos Champions. E o Pan-Americano, que é importante. E, se eu me classificar, o Finals (torneio com os 16 melhores do ano).31072025_hugo_calderano_abre_entrevista2.jpgA potência do backhand é uma das assinaturas de Hugo Calderano no circuito internacional. Foto: Abelardo Mendes Jr. / Time Calderano

CONVITES PARA A CHINA – Eu já tive algumas possibilidades de jogar a Liga Chinesa. Já fui convidado, inclusive, antes da pandemia. Estava quase tudo alinhado, mas aí veio a pandemia e não aconteceu. Outras vezes fui chamado e o calendário não bateu. E realmente não sei se agora eu teria mais a ganhar, ou eles a ganhar me conhecendo um pouco mais, me analisando de perto. Então isso não está nos meus planos nesse momento. Talvez no futuro volte com essa ideia. 

PRIORIDADE – Eu não acho que jogar num clube, jogar alguma liga, seja lá qual for, seja uma coisa que vai me fazer melhorar, que vai me fazer continuar evoluindo. Eu acho que é seguir o mesmo caminho que venho seguindo desde o início da carreira. Eu acho que eu nunca parei de evoluir, sempre continuo tentando descobrir o que posso fazer para evoluir, para alcançar um novo nível, um nível cada vez mais alto.

Os nove títulos individuais de
Hugo Calderano no circuito WTT
WTT Star Contender Doha 2021
WTT Contender Túnis 2022
WTT Contender Doha 2023
WTT Contender Durban 2023
WTT Contender Muscat 2023
WTT Star Contender Ljubljana
2024
WTT Contender Rio de Janeiro
2024
WTT Star Contender Ljubljana2025
WTT Contender Buenos Aires 2025

REGULARIDADE – Acho que nesse momento é importante manter esse nível que alcancei. Não é fácil estar ali entre os três melhores. Depois da Copa do Mundo, do Mundial, conseguir manter, ganhar mais dois títulos, foi positivo. Essa regularidade no topo do ranking é difícil, porque são muitos jogadores de altíssimo nível. Você pega às vezes um cara que está ali fora do top 50 e é muito perigoso. Então, se você desce um pouco o nível, pode perder. Principalmente nos jogos melhores de cinco, o caso dos WTT. O jogo é curto e qualquer coisa faz diferença. 

HORIZONTE – A receita é continuar trabalhando duro, trabalhando inteligente. Acho que isso é o mais importante para eu continuar ali entre os melhores e, de repente, ainda empurrar um pouco mais para chegar ali, no número dois, número um do mundo.

DETALHES – Muitas vezes o tênis não é ciência exata, muitas vezes você sente que melhorou o nível, melhorou algum aspecto, mas se você não tem resultado, não ganha o jogo que vai te dar mais pontos no ranking, não vai subir. Então são as vitórias, os títulos, acho que não é nada específico. Eu já mostrei que com o meu jogo tenho capacidade de ganhar desses caras. É claro que vou continuar treinando com algumas coisas específicas em mente, mas acho que é mais uma coisa geral de melhorar o jogo como um todo para ganhar com mais frequência dos melhores chineses. 

MUDANÇA NO MATERIAL (BORRACHA HÍBRIDA, MAIS VISCOSA) – Foi uma diferença absurda. Eu estava passando por uma fase um pouco mais difícil. Acho que há mais de um ano fiz essa troca, em abril de 2024. E logo na primeira competição alcancei a final no Champions da Coreia, ganhando do Fan Zhendong (chinês que era o número um do mundo, bicampeão mundial e atual campeão olímpico). Então fez diferença, senti que conseguia ser muito mais agressivo, ter melhores recepções, ser mais ativo tanto com forehand (golpe de direita) quanto com backhand (golpe de esquerda) e, ao mesmo tempo, tendo uma regularidade alta. Essa borracha híbrida te dá uma curva maior, e isso te dá uma segurança maior nos golpes também.

Redação Geral Gazzeta Paulista
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