O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) lançou oficialmente a campanha em memória aos 50 anos da Operação Condor, uma das mais violentas articulações repressivas da história recente da América do Sul. A iniciativa marca um posicionamento institucional do Estado brasileiro em defesa da memória, da verdade, da justiça e da democracia, pilares fundamentais para que as violações do passado não se repitam.
A Operação Condor foi um pacto secreto firmado, a partir de meados da década de 1970, entre ditaduras militares da América do Sul — incluindo Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia — com o objetivo de perseguir, sequestrar, torturar e eliminar opositores políticos, mesmo além das fronteiras nacionais. O esquema resultou em milhares de mortos, desaparecidos e famílias dilaceradas, deixando marcas profundas ainda sentidas nas sociedades latino-americanas.
Durante o lançamento da campanha, o MDHC promoveu um debate público com especialistas, militantes de direitos humanos e representantes da sociedade civil, reforçando a importância de preservar a memória histórica como instrumento de educação cidadã. O encontro destacou que lembrar a Operação Condor não é apenas revisitar o passado, mas afirmar um compromisso ativo com o presente e o futuro democrático.
A campanha tem caráter didático e formativo, voltado especialmente às novas gerações, que não vivenciaram diretamente o período das ditaduras. Materiais informativos, ações educativas e atividades culturais integram a iniciativa, com foco na valorização da democracia, do Estado de Direito e do respeito aos direitos humanos.
Representantes do MDHC ressaltaram que não há democracia plena sem memória, e que o enfrentamento às heranças autoritárias exige políticas públicas contínuas, capazes de combater o negacionismo histórico e fortalecer instituições democráticas. O lançamento também dialoga com esforços internacionais de justiça de transição, alinhando o Brasil às agendas globais de direitos humanos.
Ao marcar os 50 anos da Operação Condor, o Ministério reafirma que lembrar é um ato político e democrático, essencial para garantir que crimes de Estado não sejam apagados da história nem relativizados. A campanha simboliza, assim, um passo importante na construção de uma sociedade mais consciente, justa e comprometida com a dignidade humana.
Gazzeta Paulista – Jornalismo a serviço da memória, da democracia e dos direitos humanos.

































