O sociólogo e ativista ambiental guineense Miguel de Barros participou no último sábado 09/08/2025 no Fórum “Movimentos pela Emancipação em direção à #COP30 promovida pelo Serviço Social do Comércio de São Paulo- Brasil (SESCSP) que tem como objetivo discutir caminhos para fortalecer a conservação da biodiversidade e a valorização dos patrimónios culturais e naturais.

Estes debates, ações educativas e culturais exploram questões ligadas à crise climática e justiça ambiental.
Miguel de Barros, partilhou a sua opinião sobre como a África tem construído visões alternativas de transformação sociobioconómico, numa perspectiva emancipatória, num momento onde o agravamento das mudanças climáticas e posições de países poluidores tendem a pôr em causa a agenda socioambiental tanto no âmbito regional quanto internacional.
Segundo o sociólogo, a iniciativa da SESCSP permitiu que as comunidades, movimentos socialistas, instituições académicas e políticas do Brasil, da América do Sul e da África fossem ouvidas na perspetiva do alinhamento da ação com desafios globais, numa altura em que a Bacia da Amazónia deixa de ser o primeiro pulmão do mundo.
“Este fenómeno traz consigo desafios colossais em relação a desflorestação, por conta da abertura de áreas para pastagens e da degradação por fogo e está sob apetência do Norte Global em particular da economia neoliberal voltada para exploração do petróleo”, explicou o sociólogo.

Das três grandes florestas tropicais, apenas no Congo há floresta em pé suficiente para continuar como um grande sequestrador do carbono. Esses dados pressupõem que chegou a altura de se orientar para o sul. É no Sul que 80% da biodiversidade a nível global está a ser mantida e renovada através das comunidades indígenas e povos tradicionais.
Realçou que é importante denunciar falsas soluções com ideias como mercados de carbono, apresentados como o principal mecanismo financeiro para proteger e restaurar os ecossistemas da biodiversidade e as florestas tropicais.
“A estruturação de uma economia global livre de desmatamento e da energia fóssil, passará por uma mudança radical no/do norte Global e as economias emergentes como o Brasil”, explicou o sociólogo.
Por fim, Miguel referiu que é necessário a descarbonização de toda a economia, mudanças no padrão de consumo das populações das grandes cidades e adoção de uma nova ética em relação ao direito humano, à alimentação saudável, consumo responsável, justiça socioambiental para com aqueles que garantem a nossa existência enquanto humanidade é o caminho que pode nos orientar à construção de uma nova economia justa e inclusiva.
Importa realçar que o referido evento decorreu entre os dias 7 à 10 de Agosto no Sesc Pinheiros que serviu de um espaço de encontros, trocas, mobilizações e debates por um futuro mais justo e sustentável.
Materia produzida pela Jornalista Sãosinha Costa e imagem:cantuariooo