A Catedral do Semba acolheu, domingo, o “Muzonguê Semba com Leitura”, um momento que serviu para combinar a leitura e a música, uma iniciativa do jornalista António Campos, no seguimento da agenda de promoção do livro “Olá, Titilá”, lançado no sábado, no Memorial Dr. António Agostinho Neto.
Euclides da Lomba, Cândido Ananás, Moniz de Almeida, Dom Caetano e a Banda Movimento foram os escolhidos para a “farra”, no Centro Recreativo e Cultural Kilamba, onde também esteve à venda a reedição do álbum “Titilá 50 anos”.
A música ao vivo arrancou por volta das 15h00, diferente do arranque musical ao vivo às 12h00, quando acontece o consolidado “Muzonguê da Tradição”.
A Banda Movimento começou a animar a “farra” e mais uma vez fez justiça ao nome com o movimento musical que provocou.
Do repertório foram tiradas músicas que agitaram os passistas no Centro Recreativo e Cultural Kilamba, como estes faziam na época do salão Maria das Escrequenhas. Mister Kim, como vocalista, foi à busca de temas da época dourada da canção angolana.
Pela Banda Movimento, Kintino também soltou a voz e, dos temas escolhidos, o sucesso “Tá Star” mexeu com os convivas. Um dos momentos mais esperados aconteceu quando Massoxi interpretou “Titilá”, tema de referência do álbum “Titilá 50 anos”, que colocou o espaço em alvoroço.
Cândido Ananás apareceu em cena para cantar e demonstrar a amizade com o anfitrião. Para começar, o cantor interpretou “Titilá do Rangel” e para fechar encantou ao cantar “Belezas Naturais”. Este tema, um potencial hino para o turismo nacional, foi muito aplaudido e dançado, carregado de muita nostalgia.
Dom Caetano engrenou no Semba nesta empreitada onde a promoção da literatura justificou a “farra”. O autor de “Som Angolano” viajou pela adaptação em kimbundu do poema “Adeus à Hora da Largada” e depois “Uejia Ki Usokana”.
Moniz de Almeida reviveu os sucessos em parceria com o irmão Beto de Almeida em “Minha Viola” e não deixou de lado a irreverência como showman no sungura em “Morainha”, tema que arrastou muitos para a pista de dança, dentre eles, Cândido Ananás, que mostrou os seus dotes como dançarino.
Outro cantor que mexeu com o Centro Recreativo e Cultural Kilamba foi Euclides da Lomba, que em “Regressa” trouxe o romantismo e a saudade aliados ao pé de dança. Para fechar a sua performance, o músico de Cabinda interpretou “Recado do Semba”, tema bem encaixado para um Muzonguê cujo objectivo foi combinar o Semba com a leitura.
Entre os farristas, mais uma vez marcaram presença turistas estrangeiros interessados em “beber” da fonte da cultura angolana com a febre da Kizomba, numa delegação que antes passou pela Galeria do Semba. O “Muzonguê Semba com Leitura”, uma combinação de música e literatura, será adaptado em Buenos Aires, terra do tango, no dia 3 de Agosto, com uma aula de Kizomba.
Matéria enviada pela Assessoria de comunicação do Ministerio da Cultura de Angola
