Em Brasília, 22 pessoas e 10 instituições foram condecoradas pela atuação no enfrentamento à queda histórica das coberturas vacinais registrada nos últimos anos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, entregaram a medalha de mérito Oswaldo Cruz a 22 pessoas e 10 instituições, nesta quarta-feira, 11 de setembro. O ato é um reconhecimento àqueles que atuaram para enfrentar a queda histórica das coberturas vacinais registrada nos últimos anos, por meio do Movimento Nacional pela Vacinação, lançado pelo Governo Federal em 2023.
Eu só queria agradecer a todos vocês por terem nascido, por serem como vocês são e fazer com que a gente não perca nunca a fé, a esperança de que tem mais gente querendo salvar do que gente querendo matar”
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República
“Eu só queria agradecer a todos vocês por terem nascido, por serem como vocês são e fazer com que a gente não perca nunca a fé, a esperança de que tem mais gente querendo salvar do que gente querendo matar”, declarou Lula durante a cerimônia no Palácio do Planalto.
O presidente ressaltou que o Brasil é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que tem um sistema de saúde universal e gratuito, o Sistema Único de Saúde (SUS). “O Brasil só tem 3% da população mundial, mas foi responsável por 10% das mortes das pessoas por Covid. E se não morreram mais de 700 mil, a gente deve à capacidade de trabalho e à honradez de mulheres e homens que trabalham no SUS e que acreditam que a saúde pública pode ser a salvação”, assinalou.
CONTRIBUIÇÃO — A ministra Nísia também enfatizou a importância da colaboração dos homenageados. “Só é possível, realmente, recuperar as coberturas vacinais no Brasil, que se encontravam em queda desde 2016, com o trabalho de toda a sociedade, com o trabalho de cada uma, de cada um de vocês. São 22 pessoas e 10 instituições reconhecidas hoje por sua contribuição no enfrentamento de um dos maiores desafios do nosso tempo: a reversão da queda das coberturas vacinais. Ainda temos muito a fazer, mas damos aqui um passo muito importante”, pontuou.
Todos os homenageados nesta edição receberam a categoria ouro da honraria. O trabalho deles contribuiu para tirar o Brasil do ranking dos 20 países com mais crianças não imunizadas, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). De acordo com o Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), 13 das 16 principais vacinas do calendário infantil apresentaram aumento das suas coberturas vacinais em todo o Brasil, se comparadas às coberturas registradas em 2022.
Entre as pessoas condecoradas está a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, que abriu espaço publicamente para reforçar o Movimento Nacional pela Vacinação, ao lado de embaixadores como a apresentadora de TV Xuxa Meneghel. Nomes como o do presidente da Fiocruz, Mário Moreira, e do diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, estão entre os homenageados. Os institutos contribuíram para a produção de imunizantes no auge da pandemia da Covid-19. No caso da Fiocruz, há ampla contribuição de doses contra poliomielite, febre amarela e sarampo.
Na cerimônia, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, celebrou que o trabalho dele e dos demais homenageados ajudou a aumentar os índices de vacinação no país. “Esse reconhecimento é para todas as lideranças que fazem o controle social brasileiro acontecer e fortalecem o SUS todos os dias no Conselho Nacional, Conselhos Estaduais, Municipais e Conselhos Locais de Saúde”, afirmou.
HOMENAGEADOS — Confira a lista de autoridades, personalidades e instituições homenageadas nesta edição:
- Aparecida dos Santos Bezerra, enfermeira com atuação na saúde indígena e vacinadora no Polo Base Baía da Traição, Paraíba;
- Atila Iamarino, biólogo, doutor em microbiologia e pesquisador brasileiro;
- Cristiana Maria Toscano Soares, médica, vice-chefe do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás (UFG) e membro do Comitê Crise Covid-19 da UFG;
- Daiane Garcia dos Santos, ginasta e embaixadora do Movimento Nacional pela Vacinação do Ministério da Saúde;
- Dorinaldo Barbosa Malafaia, deputado federal e coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Vacina da Câmara dos Deputados;
- Esper Georges Kallás, diretor do Instituto Butantan;
- Fabio Baccheretti Vitor, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde – Conass e Secretário Estadual de Saúde de Minas Gerais;
- Fernando Zasso Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e diretor de Saúde da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam);
- Francisco de Assis De Oliveira Costa, deputado federal e presidente da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados;
- Hisham Mohamad Hamida, presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e secretário Municipal de Saúde de Pirenópolis (GO);
- Humberto Sérgio Costa Lima, senador da República e presidente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal;
- Ivan Baron, pedagogo, influenciador e ativista anticapacitista potiguar;
- Jayme Martins de Oliveira Neto, juiz titular do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e membro da Comissão de Saúde do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP);
- José Cassio de Moraes, médico e professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo;
- Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, empresária;
- Margareth Maria Pretti Dalcolmo, pesquisadora e membro da Academia Nacional de Medicina (ANM);
- Maria da Graça Xuxa Meneghel, atriz, apresentadora, cantora, empresária e embaixadora do Movimento Nacional pela Vacinação do Ministério da Saúde;
- Mario Santos Moreira, presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
- Meiruze Sousa Freitas, farmacêutica e diretora da Segunda Diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
- Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
- Rosângela Lula da Silva, primeira-dama do Brasil;
- Rosileia Maria de Souza, presidente da Associação do Quilombo Lagoinha, no município de Gentio do Ouro, Bahia; e
- Sirlene de Fátima Pereira, enfermeira em atuação no Programa Nacional de Imunizações da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
- Agência de Notícias Das Favelas (ANF);
- Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco);
- Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn);
- Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde (Conacs);
- Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef);
- Instituto Todos pela Saúde (ITpS);
- Organização Pan-Americana da Saúde (Opas);
- Rotary Clubs;
- Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP);
- Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
ORIGEM — Criada em 1970, a medalha de mérito Oswaldo Cruz é destinada a reconhecer pessoas ou instituições que, no campo das atividades científicas, educacionais, culturais e administrativas relacionadas com a medicina, a higiene e a saúde pública em geral, tenham se distinguido de forma notável ou tenham contribuído para o bem-estar físico e mental da coletividade brasileira.
A medalha é batizada com o nome de Oswaldo Cruz, personagem fundamental na história da saúde pública brasileira, nascido em 5 de agosto de 1872. O trabalho do sanitarista serviu como base para a implementação do Plano Nacional de Imunização (PNI), além da luta na erradicação da febre amarela, peste bubônica e varíola. Em 1907, Cruz ganhou reconhecimento internacional quando recebeu a medalha de ouro no 14º Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, na Alemanha, pelo seu trabalho de saneamento no Rio de Janeiro.
Matéria envida pela assessoria de Comunicação do Ministerio da Saúde