Com presença da ministra de Mulheres, Cida Gonçalves, e da primeira-dama do Brasil, a socióloga Janja Lula da Silva, grupos de trabalho e de engajamento do G20 se encontraram em Brasília para trocarem experiências e apresentarem seus resultados e considerações na pauta de gênero, como foco aos direitos de meninas e mulheres. O evento paralelo faz parte da programação do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres, que amanhã (11) realiza sua primeira reunião ministerial da história.
É possível um mundo mais justo e um planeta mais sustentável sem a garantia do direito das mulheres e meninas? A resposta é não, e por isso o Grupo de Trabalho (GT) de Empoderamento de Mulheres trabalhou pela transversalidade das questões de gênero no G20 durante todo o ano. “Nós não somos o paralelo, não somos o que nos deixaram ser. Nós somos o que conquistamos, somos fruto de um processo daquilo pelo qual lutamos, estarmos aqui é resultado dessa luta, resultado do engajamento de vários movimentos”, proferiu Cida Gonçalves, ministra de Mulheres do Brasil, na abertura do último evento paralelo do GT, focado exatamente no assunto.
Com uma participação de peso de representações de outros grupos de trabalho, grupos de engajamento e entidades internacionais, o Ministério das Mulheres, coordenador dos trabalhos do Grupo de Trabalho, em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), organizou o evento paralelo “Integração da perspectiva de gênero e do empoderamento de mulheres no G20”. O encontro, às margens da Reunião Ministerial do Grupo, que acontece amanhã (11), tratou de aprofundar o atravessamento das pautas de mulheres e meninas aos demais temas do fórum, a fim de fortalecer o movimento pela atenção e posição dos líderes mundiais às questões de gênero.
“Hoje as mulheres e meninas são a maioria da população que vive em situação de pobreza e situação de insegurança alimentar, são as mulheres que enfrentam os maiores obstáculos para o acesso à terra, água potável, educação, saúde, trabalho e inclusão financeira. Ainda mais quando consideramos fatores como raça e etnia. Todas nós sabemos disso, que nós mulheres estamos sub representadas nos parlamentos, nos executivos e judiciários, bem como nos sistemas de governanças multilaterais, e precisamos mudar isto”, explanou a socióloga Janja Lula da Silva, primeira-dama do Brasil, que também participou da abertura do evento. Janja ainda declarou que a África do Sul já se comprometeu a dar continuidade aos debates de gênero.
Um G20 comprometido com as meninas e as mulheres
O Grupo de Empoderamento de Mulheres, mesmo que recente na história do G20 – se reúne pela primeira vez aqui no Brasil, com intuito de garantir a incidência das pautas de gênero em demais declarações e anúncios, não titubeou no arranjo de articulações com outros grupos de trabalho e também com grupos de engajamento. Assim, o Ministério das Mulheres assegurou conquistas importantes, que foram expostas durante o evento.
Na Iniciativa de Bioeconomia, em setembro, ao estabelecer os 10 Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia, incluiu o compromisso na promoção da igualdade de gênero e a participação de todas as partes interessadas;
O GT de Agricultura, após cinco anos sem consenso, aprovou uma declaração ministerial que se comprometeu com a criação de “políticas agrícolas para pequenos agricultores, povos indígenas, mulheres e jovens, integrando novas tecnologias e conhecimento tradicional para enfrentar os desafios da agricultura moderna”;
No GT de Emprego, a declaração ministerial aprovada reconhece a economia do cuidado como tópico importante para a promoção da autonomia econômica de mulheres;
No GT de Comércio e Investimentos, foi realizada pesquisa que aponta a sobrecarga com o cuidado como uma das razões que impedem mulheres de acessarem o mercado de comércio exterior;
O GT de Transições Energéticas pautou a pobreza energética que afeta, principalmente, às mulheres e, em evento paralelo correlato a sua Reunião Ministerial, o Ministério de Minas e Energia lançou a “Política Nacional de Promoção do Cozimento Limpo”, primeira política integrada para o acesso universal a tecnologias limpas de cozimento no Brasil;
O GT de Redução de Riscos e Desastres realizou evento paralelo no Complexo do Alemão, para diálogo sobre combate às desigualdades e o empoderamento nas favelas e comunidades urbanas;
Na Trilha de Finanças do G20, foi realizado um evento paralelo inédito, sobre a busca pela igualdade e empoderamento das mulheres na construção de um mundo justo e um planeta sustentável.
No G20 Social, GT de Empoderamento de Mulheres realizou trocas e sugestões com os grupos W20 (Mulheres, em inglês); Y20, (Juventude, em inglês); B20 (Empresas, em inglês); C20 (Sociedade Civil, em inglês); entre outros. Dos 13 grupos de engajamento do G20, 8 estiveram presentes no encontro promovido nesta quinta-feira (10).
Para além das apresentações dos trabalhos e conquistas relativas aos direitos das mulheres e meninas nos debates do G20 deste ano, o espaço também foi um momento de trocas entre as mulheres e de reivindicação por maior presença feminina nos espaços “em que se tem a caneta” de decisões políticas e econômicas. As considerações realizadas no evento dão a base das discussões que balizarão o encontro ministerial de amanhã (11), na sede do G20, em Brasília.
Matéria envida pela Assessoria de Comunicação do Ministério das Mulheres