Taboão da Serra (SP) – A última reunião do ano do Conselho Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, realizada na sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, na sede da Secretaria Municipal, encerrou um ciclo político-institucional marcado por avanços, disputas de narrativa e cobranças diretas ao poder público. O encontro contou com a participação do secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, professor Moreira, da presidenta do Conselho, professora Helen, do vice-presidente, Dr. Marcos Pestana, além das conselheiras e conselheiros que integram o colegiado.
Mais do que uma reunião administrativa, o encontro assumiu tom histórico e pedagógico, ao fazer um balanço público das ações desenvolvidas ao longo do ano e explicitar os dilemas que atravessam a política de direitos humanos no município: da garantia orçamentária à efetividade das decisões deliberadas pelo Conselho.

Balanço e enfrentamentos
Durante os debates, conselheiras e conselheiros destacaram que 2025 foi um ano de reorganização institucional do Conselho, com fortalecimento do diálogo com a Secretaria recém-estruturada. Ao mesmo tempo, emergiram críticas à lentidão na implementação de algumas deliberações, especialmente aquelas relacionadas à proteção de populações vulnerabilizadas.
O professor Moreira reconheceu os limites estruturais, mas defendeu que a Secretaria avançou ao abrir canais permanentes com o controle social. “Direitos humanos não se constroem apenas por decreto. Eles exigem escuta, pactuação e conflito democrático”, pontuou, reforçando o papel do Conselho como espaço legítimo de cobrança e fiscalização.

Conselho como espaço político
A professora Helen, presidenta do colegiado, ressaltou que o Conselho não é um órgão meramente consultivo, mas um instrumento político da sociedade civil organizada. Segundo ela, a reunião de encerramento simbolizou a maturidade institucional alcançada ao longo do ano, mesmo em meio a divergências internas e externas.
Já o Dr. Marcos Pestana, vice-presidente, enfatizou a importância de registrar formalmente as deliberações e encaminhamentos, garantindo memória institucional e transparência. “Sem documentação, o direito vira discurso vazio. O Conselho precisa deixar registros formais”, afirmou.
Uma leitura didática do momento
As imagens da reunião revelam um colegiado plural, com representantes atentos, documentos em mãos e debates concentrados. O cenário evidencia que direitos humanos, longe de consensos fáceis, são construídos na mesa, no embate e na persistência cotidiana.
A reunião também reforçou um ponto sensível: a necessidade de ampliar a participação popular e fortalecer a comunicação com a sociedade, para que o Conselho não permaneça restrito aos muros institucionais.

Encerramento de ciclo, abertura de desafios
Ao final, a avaliação comum foi de que 2025 termina com bases mais sólidas, mas com desafios ainda urgentes para 2026: orçamento adequado, maior integração intersetorial e respeito às decisões colegiadas.
A última reunião do ano não foi apenas um fechamento de agenda. Foi um ato político, que reafirma que direitos humanos em Taboão da Serra seguem vivos, em disputa e em construção permanente — exatamente como exige a democracia.

































