Conheça melhor o esporte exclusivo para pessoas com deficiência visual, jogado com as mãos por três atletas de cada lado numa quadra do tamanho da de vôlei. A bola tem um guizo dentro. Jogos Paralímpicos serão de 28 de agosto a 8 de setembro.
Se a gente resume de forma simples, é um gol a gol numa quadra de vôlei. Três atletas de cada lado e uma trave gigante, do tamanho da linha de fundo: nove metros de largura e 1,30m de altura. A missão é arremessar a bola (com as mãos) para o outro lado e marcar gols. As partidas são em dois tempos de 12 minutos, com três de intervalo. Vence quem marca mais gols. A partida pode acabar antes do tempo normal se uma equipe estabelece diferença de dez gols em relação a outra.
Tentamos tratar esse protagonismo da melhor maneira, com tranquilidade, para isso não se tornar um fator de risco para a gente. O título de Tóquio foi importante, mas ficou para trás. Agora, em Paris, nos preparamos para buscar o ouro da mesma forma”
Leomon Moreno, da seleção brasileira de goalball
Modalidade exclusiva do programa dos Jogos Paralímpicos, o goalball é praticado por pessoas com deficiência visual. Para garantir igualdade, todos jogam vendados. A bola é pesada, 1,25kg, e tem um guizo dentro, um chocalho, para que os atletas possam acompanhar a trajetória da bola e fazer as defesas.
DESTAQUE – No masculino, o Brasil tem amplo destaque no cenário internacional do goalball. É tricampeão mundial e o atual campeão dos Jogos Paralímpicos. Remanescente da campanha vitoriosa no Japão, o brasiliense Leomon Moreno afirma que o time está ciente da responsabilidade, mas que, ao mesmo tempo, a pressão não vai atrapalhar o desempenho.
“Tentamos tratar esse protagonismo da melhor maneira, com tranquilidade, para isso não se tornar um fator de risco para a gente. O título de Tóquio foi importante, mas ficou para trás. Agora, em Paris, nos preparamos para buscar o ouro da mesma forma”, disse o jogador, que perdeu a visão quando ainda era bebê, em função de uma retinose pigmentar.
A percepção de Leomon é compartilhada pelo técnico Jônatas Castro, que assumiu o comando da Seleção no meio do ciclo, após ser campeão das Américas com a feminina, em 2022. No final do mesmo ano, já na liderança do time masculino, foi campeão mundial em Matosinhos, Portugal. “Sei que recebi uma Seleção vencedora e pronta. o que eu precisava era ajustá-la ao meu estilo de entender o goalball. É uma modalidade dinâmica e que muda rápido de um ciclo para outro”, analisou o treinador.
DELEGAÇÃO – O goalball é uma das 20 modalidades em que o Brasil será representado nos Jogos Paralímpicos de Paris, que serão de 28 de agosto a 8 de setembro. O país terá 280 atletas na França. Mais de 98% deles são integrantes do Bolsa Atleta atualmente, incluindo 11 dos 12 do goalball. Na França, o país terá a maior delegação já anunciada para uma edição de Jogos realizada fora do Brasil.
INÉDITO – No feminino, a seleção já chegou várias vezes próximo da medalha, e tenta em Paris o pódio inédito. No Japão, ficaram com a quarta colocação. A pivô brasiliense Ana Gabrielly, conhecida como Gabi, destacou que a Seleção está pronta para o desafio. Já na estreia, a equipe enfrenta a Turquia, atual campeã paralímpica. “Vamos jogar de igual para igual contra qualquer time. A gente admira as turcas, mas temos as nossas qualidades. Temos feito grandes confrontos contra elas”, analisou a jogadora, que tem baixa visão em função de albinismo.
DISPUTA – Tanto no masculino quanto no feminino, oito seleções conquistaram as vagas para os Jogos de Paris. São dois grupos de quatro times. As equipes jogam entre si em turno único dentro da chave. Os dois melhores de cada grupo se classificam para a semifinal.
CHAVES – A seleção masculina começa a defesa do título no dia 29 de agosto, a partir das 12h30 (de Brasília), contra a anfitriã França. O grupo brasileiro tem, além da França, Irã e Estados Unidos (campeão pan-americano). O Grupo B reúne China (vice-campeã mundial), Ucrânia (campeã europeia), Egito e Japão. No feminino, a seleção encara, além da Turquia na estreia, China e Israel. O Grupo B é composto por Coreia do Sul, Canadá, França e Japão.
HISTÓRICO – A primeira participação do Brasil na modalidade em Jogos Paralímpicos aconteceu em Atenas, 2004, com o time feminino. De lá para cá, o país subiu ao pódio três vezes, sempre com a equipe masculina – prata em Londres 2012, bronze no Rio 2016 e ouro em Tóquio 2020.
Matéria envida pela assessoria de Comunicação do Ministerio dos Esportes