Líder da Igreja Vétero-Católica de Belo Horizonte, famoso por seus vídeos no TikTok e por falas usadas por bolsonaristas contra o STF, agora responde na Justiça pelo assassinato de um empresário. Réus incluem padres, familiares e a viúva da vítima.
O bispo Cícero Cruz de Souza, conhecido nacionalmente como “Bispo TikTok”, está sendo julgado por homicídio qualificado em um processo que corre no Tribunal do Júri da Comarca de Belo Horizonte. O crime, ocorrido em 2005, vitimou um empresário da capital mineira, e agora retorna ao centro do debate público com o avanço do processo judicial no tribunal de Justiça de Minas Gerais número 6483001-25.2005.8.13.0024.
Cícero é líder da Igreja Vétero-Católica de Belo Horizonte, com sede no Santuário São Miguel Arcanjo, e conquistou notoriedade ao publicar vídeos virais nas redes sociais — especialmente no TikTok — nos quais realiza supostos exorcismos, curas espirituais e discursos sobre família, fé e vida. Seus conteúdos também foram amplamente utilizados por grupos bolsonaristas para atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e promover pautas ideológicas ultraconservadoras.
Agora, o bispo enfrenta a Justiça ao lado de outros religiosos e pessoas próximas. Estão entre os réus a viúva da vítima, Zilda Sandra Maffilli, e dois padres: Fábio Silva Rezende e Alexandre Silva Rezende. Também são citados Francisco Sérgio, irmão de Cícero, e outro suspeito ainda não plenamente identificado.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), as defesas foram intimadas no dia 8 de abril de 2025 a apresentar ou ratificar suas alegações finais no prazo de dois dias. A acusação é de homicídio qualificado, um dos crimes mais graves previstos no Código Penal brasileiro.
A presença de figuras religiosas em um caso de homicídio brutal — somada à forte presença digital e influência política do principal acusado — levanta questões sobre os limites entre religião, carisma e responsabilidade criminal. A comoção cresce à medida que o caso avança, com expectativa de novas revelações em breve.
A Gazzeta Paulista continuará acompanhando os próximos capítulos de um dos julgamentos mais controversos do ano.