Há 27 anos, no dia 22 de julho de 1998, partia para a eternidade o primeiro Bispo Diocesano de Maceió da Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB), Dom Wanillo Galvão Barros — um homem de fé inabalável, verbo forte e amor incontestável por Deus, a Pátria e a Família
Sua trajetória não foi apenas eclesial, mas profundamente humana e patriótica. Entre o altar e a imprensa, Dom Wanillo construiu pontes entre fé e cidadania, defendendo princípios morais que moldaram gerações no Nordeste e inspiraram bispos e sacerdotes em todo o Brasil.
O Bispo do Nordeste e o Guardião de um Ideal
Nascido em 14 de setembro de 1927, em Maceió (AL), filho de Natalício Marques da Silva Barros e Maria Hortência Galvão Barros, Dom Wanillo desde cedo revelou vocação para o serviço e a disciplina.
Formado sob influência marista, ingressou na vida religiosa como irmão leigo, mas sua inquietação espiritual o levou além dos muros convencionais da Igreja Romana.
Em 1969, ingressou na Igreja Católica Apostólica Brasileira, tornando-se, em 2 de maio de 1971, bispo sagrado e empossado como o 1º Bispo Diocesano de Maceió. Ali consolidou uma diocese sólida, pastoral e doutrinariamente firme — marcada pela fidelidade à cruz e pelo zelo pela formação cristã.
O Defensor da Canonização de Padre Cícero
Entre suas maiores bandeiras esteve a defesa da canonização de Padre Cícero Romão Batista, o “Padim Ciço” do Juazeiro.
Foi Dom Wanillo o idealizador da proposta oficial de canonização dentro da ICAB, levada ao III Concílio Nacional da Igreja, em Brasília, em 6 de julho de 1973.
Essa ousadia o tornou símbolo da religiosidade nordestina: um bispo que uniu o sagrado ao popular, a devoção à justiça, e o amor a Cristo à fidelidade ao povo.
Décadas antes do Vaticano sequer considerar o tema, Dom Wanillo já proclamava a santidade do sacerdote do povo, dizendo:
“Padre Cícero é santo porque viveu o Evangelho entre os pobres e morreu fiel à sua missão.”
Homem de Fé e de Ação
Durante os anos 1970 e 1980, seu ministério se destacou pelo engajamento social e patriótico.
Criou e dirigiu obras de caridade, promoveu encontros formativos, e fundou movimentos de defesa da moral cristã, como a Patrulha Nacional Cristã (PNC), um braço leigo de ação social e anticomunista que atuava em Alagoas.
Sua voz era firme, e sua pena ainda mais afiada: escrevia artigos, concedia entrevistas e usava o rádio e o jornal como púlpitos modernos para evangelizar e alertar o povo sobre os perigos do materialismo e da desordem moral.
Seus discípulos lembram que ele costumava dizer:
“Um bispo não é apenas um homem de batina. É um soldado de Cristo e da Pátria. A fé que não se defende, morre.”
Legado e Eternidade
Dom Wanillo Galvão Barros faleceu em 22 de julho de 1998, deixando um legado pastoral que ainda ecoa em Maceió e em toda a ICAB.
Foi sucedido por Dom Walbert Rommel Coelho Galvão Barros, que deu continuidade à missão do pai espiritual, mantendo viva a chama de uma diocese construída sobre o alicerce da fé e da fidelidade.
Hoje, ao recordarmos 27 anos de sua Páscoa, rendemos homenagem a um homem que viveu o Evangelho com radicalidade e amor à Nação com devoção.
Um bispo que soube unir o cajado e a bandeira, o altar e o lar, a fé e a liberdade.
Dom Wanillo Galvão Barros não foi apenas um bispo — foi uma escola de consciência, um profeta do dever e um patriota da cruz.
“Dom Wanillo viveu e morreu por Cristo e pela Pátria!”
(Homenagem oficial da Diocese Anglicana Católica do Brasil, 2025)
Fontes consultadas:
Revista Mnemosine – Universidade Federal de Campina Grande (UFCG): “A atuação de Dom Wanillo Galvão Barros e a ICAB em Alagoas.” Blog dos Bispos ICAB: “Ordem de Sagrações da Igreja Católica Apostólica Brasileira.” Anais da Revista Plura: “Padre Cícero e o Reconhecimento Popular da Santidade.” Diário do Nordeste: “Padre Cícero e o silêncio do Vaticano.”
Materia de Por Dom Frei Lucas Macieira da Silva – Jornalista, Arcebispo e Teólogo
Coordenador Gazeta Paulista – em Minas Gerais