Atacante vai substituir Vini Júnior, suspenso, e formar ataque com Rodrygo e Raphinha; técnico também informa que vai mexer na lateral esquerda, sacando Wendell
O técnico Dorival Júnior definiu Endrick como substituto de Vini Júnior, suspenso, nas quartas de final da Copa América neste sábado, contra o Uruguai. A partida acontece às 22h (de Brasília), no estádio Allegiant, em Las Vegas, nos Estados Unidos.
O atacante de 17 anos será titular pela primeira vez da Seleção e vai formar trio de ataque com Rodrygo e Raphinha.
– Espero que possamos continuar encontrando o caminho dos gols. Proporcionar aos atacantes as possibilidades de ataque à última linha do adversário. Perdemos um jogador importante, mas ganhamos um jogador que vem despontando, buscando uma oportunidade. Quem sabe seja aí o momento do Endrick – disse Dorival, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
O jovem jogador tem nove partidas com a amarelinha e três gols marcados.
– Acho que o Endrick não é especificamente um 9, que joga fixo, prefere um pivô. Ele é um jogador que flutua, se movimenta. Realmente, nas minhas últimas equipes sempre tive um centroavante de origem, mas tenho que respeitar as características dos jogadores que convocamos. E convocamos com consciência do momento de cada um, das características. Tudo vai acontecer com calma. Por isso que falei, para não nos precipitarmos em relação ao Endrick. No momento certo, haveria a possibilidade. A equipe evolui a cada momento. Tudo é questão de tempo para encontrarmos a melhor formação – comentou.
Dorival também confirmou outra mudança na equipe: Guilherme Arana volta a ser titular no lugar de Wendell. O jogador do Atlético-MG também iniciou a partida contra a Costa Rica, na segunda rodada da fase de grupos.
Assim, o Brasil deve ir a campo com: Alisson, Danilo, Éder Militão, Marquinhos e Guilherme Arana; João Gomes, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Raphinha, Rodrygo e Endrick.
Quem passar do duelo entre Brasil e Uruguai fará semifinal na quarta-feira contra a Colômbia ou o Panamá, que se enfrentam às 19h deste sábado.
Confira abaixo outras declarações de Dorival Júnior:
Decisão
– De um modo geral é um grande clássico sul-americano. Um jogo importante para o Brasil e para o Uruguai. É uma equipe que merece todo respeito, vem em um processo de evolução, assim como o Brasil, que vem encontrando seus caminhos. Não tenho dúvidas que o Uruguai terá problemas contra a nossa equipe. São times que se conhecem, se respeitam, e teremos tudo para ter uma grande partida.
Qualidades do adversário
– Destaco a disposição de marcação, muito interessante o trabalho quase individual de marcação. Quando o primeiro homem puxa, há um sincronismo geral para retomar a bola rápido. Os homens de fora para dentro provocam uma situação desconfortável para os zagueiros. Jogadas alongadas, buscando sempre o ataque, movimentos fortes de infiltrações, provocando situações na sua última linha. Isso faz com que se alongue muito o campo de jogo. É um time muito bem trabalho, com comportamentos bem definidos. Teremos alguns detalhes importantes que temos que tomar para estar alinhados na marcação e, principalmente, como atacá-los. A velocidade na troca de passes vai ser muito importante para as equipes.
Peso do jogo
– Qualquer profissional aprende a lidar com a ansiedade em algum momento. Em 19 oportunidades tive essa chance na minha carreira. Foram 14 títulos e cinco vices. Nada será novidade para mim. Vou agir com a mesma tranquilidade de sempre. Sei o que compõe o equilíbrio e o alcance de resultados de uma equipe. Esse trabalho pode surpreender muita gente ainda até o fim da Copa América. Não quero que o jogo do Uruguai seja encarado como um definidor. Caso aconteça a nossa passagem, também não estaremos satisfeitos, com mil maravilhas, estaremos muito preocupados com os próximos confrontos e com os ajustes que o time precisa. Podemos acelerar as etapas. O trabalho está evoluindo, mesmo que as pessoas não queiram enxergar. Todas as equipes estão tendo dificuldades, até mesmo as com mais tempo de trabalho, mas também vivendo situações bem difíceis. Não será uma coisa só da nossa equipe. Somos a sexta equipe da fase classificatória para uma Copa do Mundo, e de repente, podemos estar nas semis de uma Copa América. Então, acho que vai tudo acontecer num momento certo para alcançarmos momentos melhores.
Críticas ao time
– Todos sabem que é uma equipe em formação. No período total, estamos há 37 dias juntos, uns 20 períodos oficiais, com todos juntos, todo o elenco. Futebol não pode pular etapas. Temos que encontrar os talentos em um bom sistema coletivo. Nas partidas, erros são mostrados e procuram-se as correções. Críticas vão existir sempre, independente da posição na tabela. Se não me engano, nas últimas duas vezes que fomos campeões da Copa América, passamos em segundo, nas mesmas condições [em 2019 o Brasil foi líder do grupo]. O nível de dificuldades das competições tem aumentado. Na Copa América e na Euro, as grandes equipes têm tido situações desconfortáveis. Tivemos muitas evoluções, outros problemas a serem acertados, mas fazem parte do processo. O importante é caminharmos até encontrar o caminho saudável para a equipe que amanhã fará sua oitava partida.