quarta-feira, 18 setembro, 2024

G20 atento à valorização da educação estabelece várias parcerias com universidades federais públicas brasileiras

G20 faz parceria com universidades federais para traduzir os conteúdos jornalísticos para inglês e espanhol. Os estudantes envolvidos comemoram a oportunidade de praticar o que aprendem na universidade, já os professores acreditam ser uma oportunidade única de unir conhecimento, jornalismo e divulgação entre diferentes culturas.

O G20 reúne as principais economias do mundo, sendo a reunião de cúpula um evento internacional de grande porte. Sendo assim, para comunicar com o maior número de pessoas em todos os continentes, as matérias jornalísticas do site do G20 e os boletins de rádio tem versões em inglês e espanhol. E para ajudar na tarefa diária de tradução, a Comunicação do G20 fechou uma parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para traduções em inglês e espanhol e com a Universidade de Brasília (UnB) para passar os conteúdos informativos do português ao espanhol.

Segundo Andréia Guerini, coordenadora da Pós-graduação em Estudos da Tradução da  Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o curso é uma referência nacional e internacional  no campo dos estudos da tradução e da interpretação e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) procurou a universidade na intenção de dialogar com profissionais qualificados de universidades públicas para desenvolver um convênio. Após tramitação interna na Secom e nas instituições de ensino, a parceria deve se concretizar em forma de projeto de extensão no qual os estudantes participantes serão remunerados por meio de bolsas de extensão. Para Andréia,  “o projeto não apenas contribui para a disseminação internacional de informações estratégicas, mas também se alinha aos valores fundamentais da universidade de compromisso com a excelência acadêmica e a inovação. Além de promover o conhecimento e a compreensão entre diferentes culturas”.

A professora do Bacharelado em Letras Tradução Espanhol da Universidade de Brasília (UnB) Magali Pedro concorda que a parceria não só ajuda na divulgação das informações do G20, mas é também uma combinação de oportunidade e alinhamento estratégico que permite a UnB contribuir diretamente para o sucesso da liderança brasileira no G20. “A importância dessa parceria é enorme porque representa uma oportunidade única de envolver nossos alunos em um projeto de grande relevância internacional permitindo que eles apliquem na prática o que eles aprendem em sala de aula. Oferece uma experiência valiosa que vai muito além do ambiente acadêmico”, comemora a educadora. No caso da UnB, o convênio entre Secom e universidade via uma fundação de apoio vai proporcionar bolsas de estágio para os estudantes envolvidos no trabalho. 

O estudante Douglas Martins cursa Letras Tradução Espanhol na Universidade de Brasília (UnB) e ressalta que a extensão universitária significa a academia fora dos muros e servindo a sociedade. Ele cita Darcy Ribeiro, um dos fundadores da UnB, para defender a necessidade de estar atento às demandas mais imediatas da sociedade, e não apenas à pesquisa científica. “No G20 são articulados temas importantes para o futuro global e as universidades públicas federais não poderiam ficar de fora. Então, os dois lados só têm a ganhar, tanto nós quanto a Comunicação do G20 porque entende a importância social e formativa da universidade”, afirma Douglas que será um dos tradutores no projeto.

Já o doutorando em tradução do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução da Universidade Federal de Santa Catarina Tuan Peres acredita que “essa parceria é produtiva porque dá a oportunidade de operacionalizar as reflexões desenvolvidas na elaboração deste trabalho e proporciona uma equipe de tradução comprometida com as iniciativas públicas do Brasil, que seja apenas a primeira de muitas outras parcerias vindouras”. Tuan vai contribuir com as traduções para o inglês.

Parcerias com universidades públicas

A Comunicação do G20 já havia celebrado uma parceria com universidades públicas do país como a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Mato Grosso do Sul, para a tradução de conteúdos jornalísticos para a língua guarani. Além da contribuição do professor e indigenista Paulo Humberto Borges da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) que por meio de cooperação entre Itaipu Binacional e a Fundação Luterana de Diaconia tornou possível a tradução de boletins de rádio para o idioma guarani-nhandewa. O professor foi o responsável por fazer a intermediação entre as organizações e as comunidades indígenas no Paraná. 

De acordo com Paulo Humberto, ter informação jornalística em uma língua indigena dá visibilidade às comunidades e consegue combater, ainda que minimamente, o preconceito. Além de ser uma iniciativa inédita dentro do G20 por não utilizar apenas as línguas hegemônicas. Ele lembra ainda que hoje o Brasil tem mais de 170 línguas indígenas vivas e é importante resgatar e valorizar essa parte da identidade do país.  “O G20, na presidência brasileira, junto com a Itaipu está tendo essa parceria aqui aparentemente simples, mas que tem um resultado grandioso na perspectiva de resgatar essa identidade e valorizar essas línguas e de um combate vigoroso a toda a forma de preconceito e desinformação”, disse.  

Micael Eliabe Severino, na língua guarani-nhandewa Awa Gwyrapadju, é a voz das notícias sobre o G20 que chegam nos lares da comunidade por meio da Rede Nacional de Rádio. O comunicador mora na aldeia índigena Laranjinhas, no Paraná (PR), e conta que o trabalho veio em boa hora porque contribui para que ele aprenda mais sobre a língua de seu povo, já que por muito tempo o idioma não foi falado na família devido ao temor de sofrerem preconceito. “Eu vou acompanhando os professores no momento da tradução e uma palavra que não sei vou aprendendo e na hora de gravar, estou praticando a oralidade. Eu sinto que é uma grande importância para a gente essa parceria com o G20 porque vai nos abrir portas, pode nos trazer apoiadores e nos lançar para o mundo”, comenta Micael feliz com sua participação.

O rapaz tem a expectativa que o coletivo índigena – Djagwa Etxa – ganhe mais visibilidade e apoiadores para a luta diária contra o preconceito aos povos originários no Brasil e no mundo.

Matéria envida pela equipe do G20 Favelas, em uma parceria de conteúdos da Comunicação do G20 Brasil

Redação Gazzeta Paulista
Redação Gazzeta Paulista
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