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“Não somos a periferia dos debates, somos a centralidade”, diz Ministra da Mulher no G20

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Destacando a pluralidade das agendas femininas no mundo todo, a ministra brasileira Cida Gonçalves, na abertura da última reunião técnica do Grupo de Trabalho do G20 sobre Empoderamento das Mulheres, fez um discurso poderoso sobre os direitos de meninas e mulheres e pediu colaboração entre os países em direção a um consenso histórico. A reunião está acontecendo em Brasília, Distrito Federal.

“Não é possível que as mulheres, sendo a maioria da população mundial, não sejam reconhecidas, não sejam respeitadas e não sejam incluídas nas principais agendas globais. Sabemos que o desenvolvimento e a economia são as principais agendas aqui. É aqui que queremos estar e vamos lutar por isso. Por isso este Grupo de Trabalho é tão importante e fundamental, porque nossa declaração contribui para as decisões dos nossos países na Cúpula. Significa que as mulheres serão incluídas nesses processos”, disse a Ministra das Mulheres do Brasil na abertura da última reunião técnica do Grupo de Trabalho (GT) Empoderamento das Mulheres, realizada nesta terça-feira (8), em Brasília. A reunião técnica se encerra na terça-feira, dia 9, rumo a um evento paralelo sobre a interseccionalidade da questão de gênero na agenda do outro fórum.

Em seu discurso, a ministra também abordou as questões que permeiam a violência política de gênero, citando o cenário eleitoral brasileiro deste ano, em que muitos candidatos foram ameaçados e sofreram ataques misóginos em tentativas de descrédito de suas candidaturas. Ataques morais e injúrias sexuais foram práticas recorrentes. 

Em decorrência desse cenário e da falta de incentivo social para que as mulheres participem de espaços de poder, Cida também abordou o baixo número de mulheres eleitas no primeiro turno nacional (cerca de 85% dos prefeitos eleitos eram homens), cenário que não difere do contexto internacional. O G20 nunca foi presidido por uma mulher em sua história. “Não estamos em posições de poder, não estamos nos espaços de políticas públicas, porque o ódio contra as mulheres tem sido extremo no mundo. E não falo apenas de espaços de poder como a Presidência da República, mas também de liderança em comunidades, como territórios indígenas ou quilombolas”, disse a ministra. Prevenir a violência contra meninas e mulheres é um dos eixos prioritários do GT.

Cida concluiu sua declaração pedindo colaboração entre os países para um consenso que permita a primeira declaração do Grupo, lembrando que “garantir o respeito a todas as mulheres é garantir a dignidade humana” e lembrou o papel das mulheres na Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa brasileira no G20 também está aberta a outros países que não constituem o fórum, mas buscam contribuir e acessar recursos e conhecimento para implementar políticas públicas e tecnologias sociais comprovadamente eficazes na redução da fome e da pobreza no mundo. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que 70% da população faminta no mundo é feminina.

Fazendo história no G20

O Women WG foi anunciado sob a presidência do G20 da Índia (2023) e está se reunindo pela primeira vez no Brasil. Um vídeo foi produzido cobrindo a história da incorporação das agendas das mulheres no fórum até a criação do Grupo e as reuniões na capital federal do Brasil. Assista:

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