Convocada pela Esqueta e movimentos sociais, manifestação reage à derrubada de medidas do governo Lula e pede que Bancos, Bilionários e Bets paguem a conta para garantir justiça tributária no país.
Em um desafio direto à influência da elite financeira no Congresso, movimentos sociais e o PT convocam a população para um grande ato na Avenida Paulista nesta quinta-feira (10), às 18h, sob a bandeira da “Taxação BBB”. A manifestação em frente ao Masp busca pressionar parlamentares e dar uma resposta contundente da sociedade à derrubada de medidas do governo Lula que visavam aumentar a cobrança de impostos sobre Bancos, Bilionários e Bets (casas de apostas), chamado “andar de cima”.
Organizada pela Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), centrais e pelo diretório municipal do PT na capital, a mobilização quer transformar o slogan “Taxação BBB” em um movimento nacional pela justiça tributária. A pauta do protesto é ampla e inclui também a aprovação da proposta do governo Lula para isentar de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil e o fim da escala de trabalho 6×1, com redução de jornada sem corte nos salários — bandeiras que enfrentam forte resistência de setores ligados ao grande capital em Brasília.
Campanha ganha força nas redes
A campanha ganhou força nas redes sociais e urgência após parlamentares alinhados a interesses do mercado financeiro derrubarem decretos presidenciais que alteravam alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O governo reagiu à decisão, que considerou uma invasão de suas prerrogativas, e recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a manobra.
Para fortalecer o movimento, o PT lançou oficialmente a campanha “Taxação BBB” e realizou, em 2 de julho, um encontro virtual com cerca de 270 influenciadores digitais, focando na mobilização online para levar o debate sobre justiça tributária a todos os cantos do país.
“A ficha do povo caiu”
Em entrevista recente, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Marcio Macedo, defendeu a pauta, afirmando que o objetivo não é aumentar a carga tributária geral, mas fazer com que os mais ricos paguem sua parte devida. “Nós estamos falando de 50 bilionários que não querem pagar o imposto devido sobre suas fortunas”, declarou Macedo. “É inaceitável que menos de 1% da população queira impor suas vontades e seus privilégios a 99% do povo brasileiro”.
A percepção de que parlamentares legislam para uma minoria privilegiada ecoa nas ruas. Para Ana Paula Perles, coordenadora do MTST e da Frente Povo Sem Medo, a estratégia dos congressistas ficou clara. “A ficha do povo caiu, e está todo mundo vendo que a maioria do Congresso está fazendo tudo para proteger os privilégios do 1% do andar de cima e jogar a conta para os trabalhadores pagarem”, afirmou, em entrevista