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Passagem de bastão: ministro das Relações Internacionais da África do Sul se compromete a seguir legado brasileiro no G20

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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o ministro das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Ronald Lamola, participaram no Palácio do Itamaraty, em Brasília, do evento que formalizou a transferência da presidência do fórum, com reuniões sobre as trilhas de Finanças e Sherpas, logística, comunicação e a novidade do G20 Social.

A passagem do bastão da presidência do rotativa do G20 do Brasil para a África do Sul não se encerrou ao bater o martelo de Lula no dia 19 de novembro, ao fim da Cúpula de Líderes, no Rio de Janeiro. É verdade que este é o momento mais simbólico da transmissão da direção do fórum, e o último ato público da presidência brasileira, mas até 30 de novembro, data fim do expediente do país sul-americano à frente do grupo das maiores economias do mundo, outros momentos junto a equipe sul-africana estão na agenda, administrada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Dentre eles, o seminário de ontem (21), em que, no Palácio do Itamaraty, sede da diplomacia nacional na capital federal, Brasília, coordenadores dos trabalhos do G20 Brasil puderam se encontrar com as coordenações do G20 África do Sul para escrutinar as rotinas das trilhas de Sherpas e de Finanças, bem como melhor compreender os desafios e o ritmo de atividades de comunicação e logística. Também esteve em pauta a estrutura da principal novidade executada neste ano e a ser continuada no próximo: o G20 Social. 

O encontro contou com a participação dos mais altos nomes da diplomacia dos países, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e do ministro das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Ronald Lamola. Na abertura da cerimônia, ambos focaram nas prioridades do Sul Global no G20, uma vez que a troika segue sendo composta por países em desenvolvimento, e salientaram a importância de uma condução do fórum comprometida em superar as fraturas geopolíticas do mundo atual em prol de reformas pela sustentabilidade e justiça social.

Mauro Vieira recordou a atuação brasileira à frente do fórum neste ano e denotou a disposição brasileira em colaborar no enfrentamento aos desafios que podem surgir à África do Sul em sua gestão. “O próprio lema escolhido pela presidência sul-africana é um testemunho dos nossos objetivos comuns, o lema de ‘solidariedade, igualdade e sustentabilidade’. Sentimos, portanto, que a sua presidência será capaz de aproveitar o que alcançamos em 2024 e reforçar e expandir as vozes do Sul Global no próximo ano”, declarou o embaixador.

“A África do Sul também irá avançar nas prioridades propostas de crescimento econômico inclusivo, industrialização, emprego, combate às desigualdades, segurança alimentar, inteligência artificial e inovação para o desenvolvimento sustentável. Além disso, realizaremos uma revisão dos trabalhos do G20 e uma reflexão sobre as principais realizações e o caminho a seguir”, explanou Lamola, ao indicar que darão sequência ao legado brasileiro e destacar o potencial transformador desta presidência para seu país, para o continente africano e para o povo de o mundo. “Seguiremos recorrendo a vocês [Brasil] como membros da troika e como parceiros estratégicos e amigos para orientação durante este período. Acreditamos que este não é o fim, mas sim uma forma de engajamento mais estruturada que continuaremos a fazer”, finalizou o ministro.

Os debates ao longo do dia

Durante a manhã da quinta-feira (21) as conversas estiveram em torno do trabalho das duas trilhas do G20 (Finanças e Sherpas), sobre as quais foram discutidos os principais avanços logrados neste ano, como o apoio ao tema da taxação de grandes fortunas, o comprometimento a mobilização de recursos para saneamento básico e acesso à água potável e a compreensão do enfrentamento ao racismo e a promoção da igualdade racial no contexto de combate às desigualdades. Já a coordenação sul-africana parabenizou a condução brasileira dos temas e apresentou suas ambições temáticas para 2025.

À tarde, o G20 Social foi a pauta principal, em uma exposição sobre a importância do convite à movimento sociais e aos treze grupos de engajamento a contribuírem de forma mais direta aos eixos de debate do fórum, o que, no Brasil, levou a uma elaboração mais precisa do documento final e a um engajamento representativo, popularizando os temas das trilhas dentre a sociedade civil. Foi reconhecido que o sucesso da presidência brasileira se deve em parte a este projeto ousado proposto por Lula ao assumir o G20. O ministro Ronald Lamosa, ao participar do ato público de conclusão da Cúpula do G20 Social, no dia 16 de novembro, já havia dado a palavra de continuidade do projeto. 

Lições de comunicação do G20 Brasil

Na conversa sobre o processo de comunicação, frisou-se o desafio de comunicar o impacto do G20 na vida das pessoas, bem como de explicar que o fórum não é apenas a Cúpula de Líderes, mas um acúmulo de meses de reuniões técnicas, ministeriais e eventos paralelos. 

No tocante à produção de conteúdo ao site oficial, números robustos foram apresentados: cerca de 1.500 textos e 600 boletins de rádios em português, inglês e espanhol publicados, mais de 3 milhões e 600 mil acessos e 230 mil usuários únicos. Evidenciou-se também o trabalho de assessoria de imprensa, que apenas para a Cúpula de Líderes atendeu mais de 2.600 jornalistas, e a potência dos projetos especiais. Dentre eles, a elaboração do e-book em 6 idiomas (português, inglês, espanhol, mandarim, japonês e guarani), o sucesso do Kids 20, da parceria com comunidades indígenas, do podcast, da newsletter e dos quadrinhos exclusivos, além de duas séries especiais. A comunicação colaborativa junto à sociedade civil organizada para a Cúpula Social do G20 também foi salientada.

Já a gestão das redes sociais (instagram, facebook, linkedin, twitter e blue sky) apresentou o resultado positivo no crescimento de seguidores e a estratégia digital que possibilitou retratar o G20 como processo contínuo e perene. O audiovisual também apresentou grandes números: mais de 400 vídeos e 17 mil fotos produzidas e divulgadas em canais oficiais (youtube e flickr), como meio de acesso aos registros por parte das delegações que se reuniram ao longo do ano, mas também de distribuição de imagens à imprensa comercial. Foi expresso que estes registros são também a documentação histórica do processo da presidência do Brasil, como insumo à futuros produtos e pesquisas.

Materia envida pela assessoria de Comunicação do Ministerio das Relaçoes Exteriores e com Junto G20 que deixa o Brasil

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