Na Cúpula de Líderes a ser realizada no Rio de Janeiro em 18 e 19 de novembro, o Brasil passará simbolicamente a coordenação do trabalho do G20 para a África do Sul. A presidência sul-africana começará oficialmente em 1º de dezembro. Será a primeira vez que o continente com mais jovens no mundo sediará o G20, e os jovens estão animados para começar seu trabalho.
Pela primeira vez na história do G20, o fórum foi presidido pelo Sul Global por tanto tempo. Desde 2022, com a Indonésia, as presidências seguintes foram ocupadas pela Índia (2023), Brasil (2024) e no ano que vem, 2025, o bastão será segurado pela África do Sul. Mas o que isso significa politicamente e como influencia a dinâmica de debate das maiores economias do mundo, tanto nas trilhas de Finanças e Sherpa quanto nos grupos de engajamento social do G20?
Neste contexto, o G20 Brasil conversou com os representantes da juventude da África do Sul e da União Africana, que participaram do Youth 20 Summit no mês passado. Uma perspectiva sobre a agenda do Sul Global e o futuro do G20 sob a presidência sul-africana por aqueles que são o futuro do continente.
A África é o continente mais jovem do mundo; cerca de 70% de sua população tem menos de 30 anos. Segundo dados das Nações Unidas (ONU), espera-se que esse número continue aumentando até 2050.
Durante os debates sobre Inclusão e Diversidade, Lutfiyya Dean (centro) dividiu a mesa com nomes do Brasil e da Índia, atual troika do G20. Foto: Audiovisual/G20
“Este é um momento histórico para os países em desenvolvimento, para as conexões do Sul Global, porque esses países serão capazes de garantir que as vozes e questões que os dizem respeito sejam bem comunicadas. Frequentemente, os países do Sul Global não têm um papel adequado no cenário internacional, e agora estão envolvidos neste processo, criando uma nova voz e um novo senso de desenvolvimento”, disse Lutfiyya Dean, chefe da delegação da África do Sul na Youth 20.
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Um discurso que vai ao encontro das impressões do Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. “Sem os países em desenvolvimento, não será possível abrir um novo ciclo de expansão global que combine crescimento, redução das desigualdades, preservação ambiental e expansão das liberdades. O Sul Global está se tornando parte essencial da solução das principais crises que afligem o planeta”, disse Lula em seu discurso na abertura da 37ª Cúpula da União Africana no início deste ano.
O continente mais jovem do mundo
A União Africana, composta por mais de 50 nações, estreou no G20 este ano e, no grupo de engajamento juvenil, foi representada por Bora Kamwanya, vice-presidente da Pan African Youth Union. Bora enfatizou a importância da entrada da União no fórum das maiores economias do mundo e destacou questões da juventude para a organização.
“Temos certeza de que os jovens devem estar em todas as estruturas de tomada de decisão, da criação ao monitoramento. Isso é muito importante, os jovens precisam estar no começo, no meio e no fim, principalmente quando se trata de monitoramento, porque precisamos saber o que dá certo e o que dá errado”, disse ele. A África é o continente mais jovem do mundo; cerca de 70% de sua população tem menos de 30 anos. Segundo dados das Nações Unidas (ONU), espera-se que esse número continue aumentando até 2050.
“Podemos trazer essa perspectiva única sobre como mudar o mundo. No entanto, a maioria das instituições que vemos hoje são instituições dos anos 70, 50, 40. Cada nova geração precisa de novas ideias. Precisamos de governança que fale com o presente e o futuro”, acrescentou o jovem, confiante na diferença que a participação ativa dos jovens pode fazer para o G20, especialmente sob a presidência da África do Sul.
Perspectivas sobre a presidência da África do Sul no G20
Em 2025, será a primeira vez na história que o continente africano sediará o G20. De acordo com Lutfiyya, uma ativista continental para a juventude, as áreas temáticas da presidência brasileira estabeleceram uma base sólida, cobrindo diversidade, inclusão, o mundo do trabalho e a reforma da governança global, que será espelhada na presidência de seu país.
“A África do Sul continuará essa ‘maratona’. O trabalho no Brasil e na Índia cooperou para encurtar esse caminho, mas a África do Sul seguirá esse legado. Não reinventaremos a roda, então as áreas prioritárias restantes serão focadas em energia sustentável e redução das taxas de pobreza. Trabalharemos para acelerar a voz do Sul Global e, finalmente, a política pública. Continuaremos o mandato dos pontos fortes deste ano e buscaremos avançar em novas questões de desenvolvimento, especialmente em relação à sustentabilidade, energia, digitalização e seu uso”, disse ela.
Matéria envida pela Assessoria de comunicação do G20 no Brasil