Participantes debateram sobre o papel da participação social para pensar no fortalecimento de alianças do Sul Global.
É o momento de superar hegemonias e centralizar a governança, a partir da política que acontece na rua. A premissa foi um dos grandes consensos da plenária dedicada à governança global, no segundo dia da Cúpula do G20 Social. No palco, estiveram presentes Celso Amorim, chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Yildiz Temürtürkan, representante turca para relações internacionais, Ha Joon Chang, economista sul-coreano e Antônio Lisboa, representando a sociedade civil brasileira.
Já na plateia, a presença de movimentos sociais do Brasil e do mundo contribuíram para que ganhasse destaque a força da participação social para pensar em novos sistemas de governança global.
“Temos que lutar para mudar o mundo, mas essa mudança depende de um equilíbrio de poder. O G20 Social se aproxima disso, com sua diversidade de composição – mulheres, sociedade civil, negros, povos originários. É essa pluralidade que pode criar um mundo melhor.”, destacou Celso Amorim, conforme noticiou a cobertura oficial do G20 Social.
O assessor especial da Presidência da República, também destacou a importância do engajamento jovem e que o momento atual carrega um potencial revolucionário. “Aos jovens, persistam, porque estamos perto de uma revolução. Governança é sobre inspirar e sugerir, mas é fundamental que as regras sejam cumpridas e que elas promovam justiça e representatividade”, recomendou.
Perspectivas feministas na governança global
Yildiz Temürtürkan, coordenadora internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), trouxe à plenária uma visão crítica ao sistema patriarcal e capitalista que estrutura as organizações globais. Ela afirmou que a cooperação entre os povos é essencial para enfrentar problemas como mudanças climáticas, pandemias e conflitos territoriais.
Em entrevista exclusiva à Viração, a ativista celebrou as aproximações entre a Marcha e os movimentos feministas populares no Brasil:
“Os movimentos brasileiros têm uma abordagem internacionalizada, desenvolvida ao longo dos processos de foros sociais e outras articulações regionais ou globais. Aprendemos muito sobre agroecologia, extrativismo e sabedoria das comunidades com esses movimentos”, afirmou.
Temurturkan também celebrou o papel histórico de lideranças mulheres brasileiras, como Nalu Faria, que foi a principal dirigente da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil.
“Trabalhamos há muito tempo na construção de alianças. O governo brasileiro, com sua força progressista, tem sido um apoio crucial, especialmente em questões como Palestina e direitos das mulheres”, completou.
A força da sociedade civil na busca pela paz
Oleksandra Matviichuk, advogada ucraniana e vencedora do Nobel da Paz em 2022, fez uma fala ao final da plenária destacando a importância da mobilização social na luta por liberdade e paz.
Em uma entrevista exclusiva com a equipe RENAJOC em parceria com a Viração Educomunicação, ela enfatizou o papel das mulheres na luta global pela liberdade: “A luta pelos direitos das mulheres é crucial porque reflete a base de uma sociedade justa. Nós, mulheres, precisamos apoiar outras mulheres em suas comunidades e países. Suas lutas são nossas lutas.”, refletiu.
Materia envida pela assessoria de comunicação do G20 no Brasil