quinta-feira, 21 novembro, 2024

Relações de décadas entre Angola e Rússia podem restabelecer

O Presidente da República de Angola, João Lourenço, e Presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Sochi, na Cimeira Rússia – África. 

Defesa e mineração dominam as relações entre Luanda e Moscovo, que têm um forte pendor político.

As relações entre Angola e a Rússia datam dos tempos da luta pela independência, altura em que Moscovo apoiou o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA).

A defesa desde sempre tem sido a área de cooperação russo-angolana mais sólida, sendo Moscovo, ainda, o parceiro estratégico de Angola neste campo.

Num artigo citado à VOA, este relacionamento, no entanto, tem estado a mudar, com uma maior aproximação de Luanda a Washington, enquanto a Rússia tem investido na mineração no país africano.

Para o especialista de relações internacionais, Agostinho Sikato, apesar das sanções, no capítulo militar nada mudou.

“O entendimento que se tinha era de que a Angola estava a fazer um posicionamento contrário aos interesses da Rússia, na altura em que praticamente a Angola condenou a invasão russa à Ucrânia. A Angola, nessa altura, apenas manifestou o seu posicionamento político em função do princípio que normalmente segue, que é o princípio da autodeterminação dos povos”, explica Sikato, para quem Luanda está a agradar aos vários interesses espalhados pelo mundo.

“Apesar da Rússia estar afetada por estas sanções nós continuamos a agradar a gregos e também a troianos e a procurar outros para procurar agradar”, sustenta o especialista.

Osvaldo Mboco, também especialista em Relações Internacionais, lembra que a Rússia está impedida de vender material militar, devido às sanções, mas sublinha que a cooperação no domínio militar mantém-se.

“Mas, ainda assim, relativamente às questões que têm muito a ver com os aspetos da manutenção dos equipamentos militares, há de facto essa cooperação e continua a funcionar, apesar da Rússia estar impedida, por causa das sanções, de vender equipamento militar”, ressalta.

Aquele professor universitário entende que as mudanças diplomáticas não se fazem da noite para o dia.

“Há uma tendência para existir um distanciamento e sair do eixo Moscovo para Washington, mas isso não se faz da noite para o dia”, conclui Mboco.

Para o jornalista Ilídio Manuel, o setor das minas sofreu alguma influência, entendendo que a mudança de Luanda de Moscovo para Washington forçará, nos bastidores, uma cobrança da dívida que Angola tem para com a Rússia.

“Uma das questões pode ser a dívida que Angola tem com a Rússia. Não se sabem bem os valores, quanto é que Angola deve à Rússia. Os interesses dos russos foram sabiamente prejudicados, não só do ponto de vista militar, mas como também do ponto de vista económico. A Rússia era parceira da terceira maior mina do mundo, a Rússia fez sérios investimentos, portanto, para ser colocada de fora a Rússia, naturalmente, vai ter que retalhar”, diz Manuel.

Tanto o ministro das relações exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, como o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, visitaram Angola.

Em Dezembro de 2013, o Presidente angolano, João Lourenço, foi recebido pelo seu homólogo americano, Joe Biden, na Casa Branca.

Matéria envida pela assessoria de comunicação da Presidencia da Republica de Angola

Isaias Dutra
Isaias Dutra
Jornalista Isaias Dutra e editor Chefe do Gazzeta Paulista
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