presidente em exercício, Geraldo Alckmin, sancionou nesta segunda-feira, 9 de junho, a Lei nº 15.146, que reconhece como manifestação da cultura nacional o espetáculo Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. A apresentação ocorre anualmente na cidade-teatro de Nova Jerusalém, no distrito de Fazenda Nova, no município do Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco.
A encenação mantém viva a tradição cultural e religiosa brasileira, promove o turismo local e impulsiona o desenvolvimento regional, por meio de uma estrutura imersiva, cuja relevância já é reconhecida em âmbito internacional. A sanção assegura a continuidade de uma das mais relevantes manifestações culturais do país, promove justiça cultural, desenvolvimento regional e valorização do patrimônio imaterial.

ESTRUTURA — A estrutura da cidade-teatro, considerada o maior teatro ao ar livre do mundo, ocupa uma área de 100 mil metros quadrados — cerca de um terço da Jerusalém original —, e é composta por uma muralha de quatro metros de altura, com 70 torres e nove palcos plateias que reproduzem os principais cenários bíblicos. Trata-se de um complexo arquitetônico e cenográfico de proporções monumentais, concebido por artistas e profissionais nordestinos. Há mais de cinco décadas o espetáculo é realizado de forma ininterrupta e atrai milhares de visitantes.
HISTÓRICO — A consolidação da apresentação ocorreu a partir de 1968, com a construção da cidade-teatro de Nova Jerusalém. As origens do espetáculo remontam ao período de 1951 a 1962, quando Epaminondas Mendonça, comerciante e liderança local, inspirado por encenações similares, idealizou a dramatização do Calvário de Cristo nas ruas da vila de Fazenda Nova. A proposta visava fomentar o turismo religioso durante a Semana Santa, como forma de impulsionar a economia local. As primeiras apresentações contaram com familiares e amigos da família Mendonça.
RELEVÂNCIA — Sob o ponto de vista social, o espetáculo contribui para a preservação da memória coletiva e das tradições religiosas, fortalece a identidade cultural local e nacional. A encenação representa importante manifestação artística que envolve elementos históricos, religiosos e culturais, transmitidos de geração em geração desde a década de 1950. Além disso, promove a valorização da produção artística regional, por meio da participação de atores, técnicos, artesãos e profissionais nordestinos, o que reforça o sentimento de pertencimento e orgulho.
DEMOCRÁTICO — O evento cumpre ainda relevante função de democratização do acesso à cultura, ao oferecer ao público uma experiência imersiva e de alto valor simbólico, capaz de promover reflexão, educação e formação cultural por meio da arte. O espetáculo tem também impacto direto e positivo na economia da região, especialmente durante o período da Semana Santa. A movimentação de turistas repercute diretamente em diversos setores da economia local, como hospedagem, alimentação, transporte, comércio e serviços em geral, gerando empregos e incrementando a renda da população.
RELATORES — O Projeto de Lei foi proposto pelo deputado Felipe Carreras (PSB/PE). O relator no Senado Federal foi o Senador Humberto Costa (PT/PE), e na Câmara foram os deputados Milton Coelho (PSB/PE) e Pedro Campos (PSB/PE).Categoria