domingo, 22 dezembro, 2024

Centro Técnico Audiovisual será reaberto com foco nas comunidades periféricas

Ideia é transformar o CTAv num modelo de capacitação audiovisual a ser difundido em todo país; equipe do MinC visitou o espaço que tem previsão de ser reaberto no primeiro semestre de 2025.

Com um acervo de 8.494 obras em películas e 12.664 obras digitais, o Centro Técnico Audiovisual (CTAv), que faz parte da estrutura da Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura (MinC), está sendo revitalizado e modernizado. O secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares, visitou o local nesta terça-feira (6), no Rio de Janeiro, ao lado do secretário-Executivo Adjunto, Cassius Rosa, e da secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga.

“O CTAV é um dos principais espaços para preservação e difusão do audiovisual brasileiro e está sendo recuperado agora. É um compromisso dessa gestão do Ministério da Cultura finalizar esse trabalho e fazer com que esse equipamento tão importante para que a memória do cinema brasileiro seja preservada, difundida, valorizada, seja entregue para a comunidade cultural”, explica Márcio.

Localizado na comunidade do Caju, área popular do Rio de Janeiro, o CTAv se tornará um espaço de capacitação técnica e formação, ampliando as áreas de interesse da juventude, além da profissionalização e inserção na cadeia produtiva do setor audiovisual. “É uma área popular para mostrar que a cultura é para todos, precisa de todos e que ela acontece em todos os lugares e o audiovisual brasileiro está tendo o cuidado que merece”, avalia o secretário-Executivo.

Segundo Joelma Gonzaga, o CTAv faz parte da história do audiovisual brasileiro. “Todo mundo já ouviu falar que a história da animação do Brasil, de alguma forma, começou aqui no CTAv. E a gente está recuperando todo o espaço físico, uma grande reforma que será entregue em breve e trazendo o CTAv de volta para a vocação dele de formação e de preservação, é um equipamento que vai ser aberto também para todo o entorno, contribuindo muito para o audiovisual para a cidade, pensando no game, na animação. O CTAv volta a ser um grande equipamento cultural e um grande equipamento audiovisual brasileiro”, conclui.

Entre as entregas, está a formalização de acordo de cooperação técnica com o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), com objetivo de ofertar cursos certificados pelo Ministério da Educação (nível técnico, graduação tecnológica e de extensão) em diversos segmentos do audiovisual, focando, em um primeiro momento, nas habilidades profissionais demandadas pelos setores de animação e games.

“Existem diversas comunidades aqui perto, como a Maré, Rocinha, Complexo do Alemão, então é realmente ter esse alcance para quem não tem essa disponibilidade, porque o curso audiovisual é muito caro”, conta coordenadora-Geral do CTAv, Valquíria Salgado.

“A ideia é transformar o CTAv num centro de referência em capacitação e preservação audiovisual, focando nessa parte de inovação tecnológica, a gente tem um projeto de revitalização dos estúdios também, é para disponibilizar isso para a sociedade. É pegar essa galera das periferias e formar”, conclui Walquíria.

Projeto piloto

Ainda em 2024, será implementado o projeto piloto Mulheres Mil, para mulheres em situação de vulnerabilidade social, com 450 vagas. “Inicialmente serão 50 vagas, fora do CTAv, que ainda está finalizando a obra. É uma parceria do CTAv com o Museu da Imagem e do Som, onde será realizada essa primeira etapa em 2024”, explica Walquiria.

CTAv

O CTAv foi criado em 1985, no Rio de Janeiro, a partir de uma parceria entre a Embrafilme e o National Film Board do Canadá (NFB). Os principais objetivos eram o apoio do desenvolvimento da produção cinematográfica nacional, dando prioridade ao realizador independente de filme, estimular o aprimoramento da produção de filmes de animação e promover a implantação de medidas voltadas à formação.

O local também recebeu a missão de preservar e difundir o acervo audiovisual da Embrafilme. Além das obras das quais é detentor dos direitos patrimoniais, o CTAv é responsável pela guarda de títulos coproduzidos pela Fundação do Cinema Brasileiro – FCB, Instituto Brasileiro de Arte e Cultura (Ibac) e Departamento de Cinema e Vídeo da Fundação Nacional de Artes.

Matéria envida pela Assessoria de Comunicação do G20 no Brasil

Redação Gazzeta Paulista
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