Em praticamente um dia e meio, Justiça definiu que o ex-atacante deveria cumprir no Brasil a pena de nove anos pelo crime cometido na Itália, e ele foi encaminhado a presídio a 200 km de Santos
O destino de Robinho teve uma série de eventos em quase 36 horas que culminaram em sua prisão na noite de quinta-feira, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O órgão definiu que o ex-atacante deve cumprir no Brasil a sentença de nove anos em regime fechado por estupro, após condenação na Itália.
O ex-jogador foi detido pela Polícia Federal em Santos e seguiu para o presídio de Tremembé (SP), a cerca de 200 km da cidade do litoral paulista.
A defesa de Robinho apresentará novo recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele aguarde em liberdade todos os recursos de seu processo. O tema, porém, só deve ser analisado após o feriado de Páscoa.
+ Defesa de Robinho apresentará novo recurso ao STF; análise deve ficar para depois da Páscoa
O ge monta abaixo a linha do tempo dos últimos dois dias, que resultaram na prisão do ex-jogador, a partir do julgamento no STJ ao encaminhamento para o presídio de Tremembé:
- 20/3, 14h: início do julgamento no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília (DF). A pauta era definir se a pena dada na Itália a Robinho seria homologada para que ele a cumprisse em regime fechado no Brasil.
- 20/3, 16h09: o ministro Francisco Falcão, relator do processo no STJ, dá seu voto a favor da homologação e pede urgência para que a Justiça Federal de Santos execute a pena, inicialmente em regime fechado.
20/3, 18h: depois de uma longa votação, os magistrados do STJ formaram maioria pela homologação da pena, com 9 votos a 2. Houve uma divergência sobre a recomendação do relator de que a prisão deveria ser imediata, mas os ministros acabaram chegando a um acordo neste sentido.
- 20/3, 19h: após a derrota no STJ, a defesa de Robinho logo começou a montar a estratégia para evitar a prisão do ex-atleta. A primeira medida foi tentar um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele acompanhasse aos recursos do processo em liberdade. Além disso, recorrer no próprio STJ.
- 20/3, 23h10: os advogados de defesa protocolam no Supremo Tribunal Federal o pedido de habeas corpus, com a intenção de suspender a pena até que se encerrassem as possibilidades de recurso.
- 21/3, 11h19: o ministro Luiz Fux é designado como o relator do pedido de habeas corpus no STF.
- 21/3, 16h04: Maria Thereza de Assis Moura, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), envia ofício para a Justiça Federal de Santos (SP) expedir o mandado de prisão para Robinho.
- 21/3, 18h: após o comunicado do STJ, a Justiça Federal de Santos expede o mandado de prisão para Robinho. O documento é assinado pelo juiz Mateus Castelo Branco Firmino da Silva.
- 21/3, 19h: o ministro Luiz Fux nega a liminar em pedido de habeas corpus. A partir desta decisão do magistrado, era questão de tempo para a prisão.
- 21/3, 19h50: Robinho chega na sede da Polícia Federal após ser preso na cobertura onde mora em frente à praia, no bairro Aparecida, em Santos (SP).
- 21/3, entre 20h e 22h30: após deixar sua casa com uma equipe da Polícia Federal, Robinho chega na sede da instituição, onde passou por audiência de custódia, em que o juiz decidiu pela manutenção da prisão. Ele depois segue ao Instituto Médico Legal (IML) de Santos para passar pelo exame de corpo de delito, antes de ser encaminhado à penitenciária.
- 21/3, 20h50: a defesa do ex-jogador Robinho decide apresentar um novo recurso ao STF para tentar um habeas corpus. Segundo o advogado José Eduardo Rangel de Alckmin, será enviado um Agravo Regimental ao Ministro Luiz Fux, que negou liminar ao ex-atleta.
- 21/3, 1h: Robinho chega à penitenciária de Tremembé (SP), a pouco mais de 200 km do litoral paulista, para cumprir sua pena.