O Rio de Janeiro viveu nesta terça-feira (28) um dos dias mais violentos de sua história recente. Uma megaoperação das forças de segurança contra o Comando Vermelho (CV) resultou em pelo menos 80 mortes confirmadas, dezenas de feridos e um cenário de guerra urbana em várias comunidades da capital fluminense.
A ação, que mobilizou policiais militares, civis e agentes federais, teve início nas primeiras horas do dia e se concentrou em favelas da zona norte e oeste da cidade, como Complexo da Penha, Maré e Alemão. Segundo fontes das forças de segurança, o objetivo era capturar lideranças da facção que vinham articulando ataques coordenados e o uso inédito de drones equipados com explosivos artesanais para atingir patrulhas e pontos estratégicos da polícia.

Imagens feitas por moradores mostram colunas de fumaça preta subindo sobre os morros, carros incendiados e barricadas bloqueando acessos. Em diversos pontos, o comércio foi fechado e o transporte público suspenso. A cidade amanheceu em clima de tensão e medo.

Durante os confrontos, vários agentes ficaram feridos, e parte dos mortos seria de suspeitos ligados à facção. Um dos alvos principais da operação — um criminoso de alta periculosidade conhecido pelo comando de ações armadas no Complexo da Penha — foi atingido e socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Fontes da Secretaria de Segurança Pública confirmaram que a facção criminosa reagiu com violência extrema, utilizando armamento pesado e táticas militares. O uso de drones-bomba, segundo os investigadores, marca um novo patamar na guerra entre o crime organizado e o Estado no Rio.
O governador do estado classificou a ação como “um golpe necessário contra o terror armado” e afirmou que o governo não recuará diante das ameaças do crime organizado. Já organizações de direitos humanos e moradores das comunidades criticaram a operação, denunciando abusos, invasões domiciliares e risco à população civil.
O cenário nas favelas, nesta noite, ainda é de instabilidade e medo. Com o cheiro de fumaça no ar e patrulhas circulando pelas vielas, o Rio de Janeiro volta a expor a fragilidade das políticas públicas de segurança e a escalada da violência urbana que há décadas castiga seus moradores.


























