sábado, 26 de abril de 2025

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0,6ºC de temperatura a menos: Brasil defende estratégias para combater poluentes de curta duração

Reduzir gases como metano e carbono negro pode evitar um aquecimento de 0,6°C e salvar milhões de vidas. Debate aconteceu em evento paralelo à Conferência do Clima e Ar Limpo, que aconteceu em Brasília, nesta semana.

O dióxido de carbono (CO2) é o principal motor da mudança do clima, segundo dados da iniciativa Coalizão do Clima e Ar Limpo; mas outros poluidores também precisam estar no foco dos debates, como os Poluentes Climáticos de Curta Duração (SLCPs, na sigla em inglês), afirma o Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil. “Esses gases são responsáveis por aproximadamente 45% das contribuições atuais para o aquecimento global”, explica o ministro.

Diferentemente dos gases de longa duração, como o CO2, que podem permanecer na atmosfera por séculos, os SLCPs possuem vida curta, como o metano, com duração de dias a alguns anos. Além disso, esses gases afetam diretamente a saúde humana, causando problemas respiratórios e cardiovasculares, segundo informações da coalizão. Por isso, a importância do trabalho coletivo para mitigar esses gases e “evitar uma crise civilizacional”, alerta Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do  Brasil.

Redução dos gases de curta duração

De acordo com o chanceler brasileiro, reduzir os SLCPs significa evitar um aquecimento global de 0,6°C.  Sean Maguire, diretor-executivo do fundo Ar Limpo, reiterou que diminuir suas emissões é uma das maneiras mais rápidas de desacelerar a mudança do clima; pois, por meio de ações decisivas, é possível obter resultados mensuráveis em anos, não décadas. 

Segundo análise da Coalizão do Clima e Ar Limpo, ações globais tomadas agora irão gerar benefícios até 2050. Os níveis de aumento do mar seriam reduzidos em até 20%, além de proteger as calotas polares. No âmbito da saúde, 2,4 milhões de mortes prematuras seriam evitadas e a exposição à poluição do ar e ao calor seriam reduzidas. Em termos de segurança alimentar, a diminuição dos gases de curta duração evitariam a perda de 52 milhões de toneladas de colheita, melhoraria a produtividade agrícola e pouparia 33 milhões de dólares por ano, afirma pesquisa dessa iniciativa.

Combater os SLCS é uma das maneiras mais diretas de maximizar os benefícios conjuntos da ação climática e da saúde pública, especialmente os mais vulneráveis, como crianças e idosos, adiciona o diretor-executivo. “Esses poluentes não são apenas a causa da mudança do clima, eles também geram poluição atmosférica mortal, calor extremo e incêndios florestais mais frequentes, prejudicando a saúde humana”, declarou Maguire.  

Papel dos Estados 

No Brasil, a redução desses gases está no centro das políticas públicas. Por meio do Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), o país promove práticas agrícolas sustentáveis, como a recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-florestas e tratamento de dejetos animais. Essas práticas reduzem a emissão de metano provenientes da pecuária. O Brasil também ratificou a Emenda de Kigali, no Protocolo de Montreal, que visa a reduzir o uso de hidrofluorcarbonetos, gases usados em refrigeração e ar condicionado que têm alto potencial de contribuir para o aquecimento global.

A União Europeia (UE), um dos principais parceiros estratégicos e comerciais brasileiro, estabeleceu o “Objetivo 55”, com metas ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, incluindo os SLCPs, em 55% até 2030. Dentro desse objetivo, está a estratégia da UE para o metano, com medidas para detectar e reparar vazamentos de metano em infraestruturas de gás e petróleo e melhorar a gestão de aterros sanitários e captura de biogás para produção de energia.

Além das agendas internas, “é necessário encontrar maneiras de integrar os esforços das agendas climáticas, como finanças e desenvolvimento, garantindo que esses esforços continuem sendo uma prioridade, mesmo nos momentos mais incertos”, afirma Maguire.

 “A COP30 marca um ponto de virada no regime climático global, transacionando de uma fase de negociação para uma fase de implementação”, concluiu Mauro Vieira. 

Conferência do Clima e Ar Limpo

Em 2024, o Brasil é co-presidente da Conferência do Clima e Ar Limpo, que aconteceu em Brasília, nesta semana. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, Sean Maguire, diretor-executivo do fundo Clean Air, e Martina Otto, secretária da Coalizão do Clima e Ar Limpo, participaram dos diálogos no primeiro dia da conferência. 

Os presentes fomentaram discussões sobre poluentes climáticos poderosos; mas de vida curta, como metano, carbono negro, hidrofluorcarbonetos (HFCs) e ozônio troposférico. Para Vieira, “as ações dessa iniciativa refletem o compromisso com a transição sustentável, a cooperação por meio do multilateralismo e a implementação de soluções inovadoras para reduzir esses gases”.

Os ministros Mauro Vieira e Marina Silva participam da Conferência do Clima e Ar Limpo. Foto: Isabela Castilho/ COP30
Os ministros Mauro Vieira e Marina Silva participam da Conferência do Clima e Ar Limpo. Foto: Isabela Castilho COP30

Redação Geral Gazzeta Paulista
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