Representantes de empresas e da sociedade civil que compõem o grupo de envolvimento Business 20 (B20) apresentam à Troika do G20 recomendações sobre tecnologias emergentes e até mesmo digitais, destacando a necessidade de cooperação internacional, segurança cibernética e uso responsável da IA para enfrentar desafios globais como mudanças climáticas e até sociais.
Em defesa do potencial das novas tecnologias para acelerar as transformações sociais, representantes das empresas e organizações da sociedade civil que compõem o B20 (Business 20) vão entregar à Índia, ao Brasil e à África do Sul, à Troika do G20, um documento com recomendações sobre o digital inclusão, harmonização dos padrões de segurança cibernética e proteção de dados, uso responsável da inteligência artificial, em Maceió, capital de Alagoas. Isso aconteceu nesta segunda feira, 11/09, em evento promovido pelo grupo de engajamento e paralelo à última reunião técnica do grupo de trabalho Economia Digital do fórum.
Segundo Fernando de Rizzo, presidente da Força-Tarefa de Transformação Digital do B20, as recomendações destacam a necessidade de ampliar a infraestrutura e promover até mesmo micro e pequenas empresas no ambiente digital, existem mecanismos de transformação digital no centro das discussões sobre progresso sustentável e crescimento económico mundial.
“As nossas recomendações centram-se na transformação digital como catalisador para o progresso inclusivo. “A IA tem potencial para melhorar a vida das pessoas, aumentar a eficiência, reduzir custos, gerar oportunidades, novos negócios que nos ajudem a enfrentar as consequências das alterações climáticas”, disse Rizzo. Defende a expansão da cooperação entre os setores público e privado e entre diferentes países, não que diga respeito pela segurança cibernética; ao fluxo de dados; acelerar tecnologias emergentes através de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Virgílio Almeida, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), pesquisador e coordenador de Inteligência Artificial do S20 (Ciência 20), que contribuiu para a elaboração do documento policial destacou que o processo foi desafiador e revelou “um bom exemplo do que podemos “O que fazemos quando colaboramos e compartilhamos nossas preocupações e expectativas”.
“Trabalhamos em todos os aspectos das mudanças climáticas, das pandemias. Encorajamos os países a partilhar dados científicos para enfrentar os desafios climáticos globais; As mudanças nas condições climáticas e energéticas que também são importantes são como reforçar as vantagens da inteligência artificial em todas as áreas, como saúde, justiça económica, bioeconomia e transição energética”, explica Almeida.
Diálogos do G20 e Grupos de Engajamento Social
Sociedade civil, governo e setor empresarial discutem novas tecnologias como aliadas da transformação social | Foto: Audiovisual G20 Brasil
No momento também houve espaço para debate sobre o papel de dois grupos de ligação para o sucesso das prioridades brasileiras no G20, que diz respeito à promoção de políticas de regulação de inteligência artificial; governo digital; incluindo conectividade universal e significativa.
João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom/PR), destacou a importância da integridade das informações no cenário digital global. “Apoiamos especificamente a questão da integridade da informação, que pela primeira vez está incluída na agenda do G20. Para nós, este tema está claramente ligado aos desafios que enfrentamos. A confiança na economia digital depende realmente da integridade da informação, que é também está relacionado com a estabilidade económica”, disse Brant.
Renata Mielli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil e Assessora Especial do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), destacou a importância da inovação e da transformação digital no setor público brasileiro. “Estamos empenhados em ampliar a discussão, alinhados com o debate da comunidade digital livre, que surgiu durante a presidência italiana do G20 e está fortemente ligado às nossas prioridades na agenda nacional”, explicou Mielli, destacando que a oportunidade do A presidência brasileira no fórum tem sido produtiva para avançarmos em nossos principais debates e obtermos os melhores resultados possíveis.
A urgência da cooperação internacional para uma regulamentação eficaz da proteção de dados digitais nas cidades foi enfatizada por Ailana Linhares, da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados). Linhares acredita que as inovações precisam estar alinhadas ao desenvolvimento, respeito e promoção de direitos. “Garantir a integridade das informações e apoiar o uso responsável da inteligência artificial em relação à abertura de diferentes setores da sociedade, à medida que buscamos proteger os direitos fundamentais. À medida que avançamos, devemos garantir que as nossas inovações não sejam apenas vanguardistas, mas também baseadas na integridade e no respeito pelos direitos humanos”, defendeu.
Para Kamila Camilo, diretora executiva do Instituto Oyá e representante do grupo de engajamento W20 (Mulheres 20), é fundamental que a inteligência artificial seja desenvolvida de forma inclusiva e que não aprofunde as desigualdades entre homens e mulheres, incluindo comunidades historicamente marginalizadas . Destaca o potencial da tecnologia para fornecer soluções para desafios globais relacionados com as alterações climáticas e a sustentabilidade.
“A IA não é apenas um motor de crescimento económico, mas uma ferramenta poderosa para enfrentar desafios globais como as alterações climáticas e a sustentabilidade ambiental. Alcançar estes objetivos requer tecnologias de IA inclusivas que respeitem as necessidades e perceções de todas as pessoas, especialmente mulheres e raparigas”, assegurou Camilo.
Debates sobre dados fora do G20
Nathan Paschoalini, pesquisador de Privacidade de Dados no Brasil e representante do T20 (Think Thanks), disse que os grupos de engajamento estão trabalhando para criar o Data 20, para aprofundar as discussões competentes dos países membros do fórum. Propõe-se que funcione como um fórum multissetorial dentro do T20, reunindo o Trilhas Sherpa e os grupos de engajamento como B20, W20 e C20 (Civil 20).
Segundo Paschoalini, o D20 poderá servir como plataforma para identificar dados estratégicos para gerar valor compartilhado, construir infraestrutura pública digital e orientar o desenvolvimento de inteligência artificial e outras tecnologias emergentes. O pesquisador destaca potenciais áreas de colaboração entre as trilhas, incluindo melhores práticas em governança de dados para mudanças climáticas, transparência e prestação de contas, bem como até finanças, citando a experiência brasileira com pagamentos via PIX, por exemplo.
Materia envida pela assessoria de Comunicação do G20 no Brasil