quinta-feira, 21 novembro, 2024

Incêndios florestais estão se tornando piores em todo o mundo, apontam especialistas

No Brasil, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o país já registrou 159.411 focos de incêndios desde o início do ano, e os biomas mais afetados com as queimadas são o da Amazônia (50%) e o Cerrado (32,4%). Países e regiões como Austrália, Canadá e Sibéria também têm sofrido com queimadas nos últimos anos.

Incêndios florestais têm acontecido em diversos países e, segundo especialistas, estão piorando e destruindo a fauna e a flora de várias regiões do mundo. Segundo estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution, a Amazônia, Austrália, Canadá, Chile, Portugal, Indonésia, a Sibéria e o oeste dos Estados Unidos estão entre os países mais afetados por incêndios florestais nos últimos anos.

No Brasil, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o país já registrou 159.411 focos de incêndios desde o início do ano, e os biomas mais afetados com as queimadas são o da Amazônia (50%) e o Cerrado (32,4%). No Pantanal, a mudança do clima intensificou em cerca de 40% os incêndios florestais registrados em junho, segundo estudo da World Weather Attribution. A análise realizada por 18 cientistas concluiu que a seca, os ventos fortes e altas temperaturas que agravam os incêndios tornaram-se de quatro a cinco vezes mais prováveis devido ao aquecimento global.

“Grandes incêndios florestais estão se transformando no novo normal no Pantanal. A área alagável está reduzindo enquanto as temperaturas aumentam, deixando a vegetação muito mais seca e inflamável”, disse Filippe Santos, pesquisador da Universidade de Évora, em Portugal.

As mudanças climáticas e o aumento da temperatura da Terra têm influenciado essa realidade. Segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Brasil enfrenta sua pior estiagem em 75 anos.

“Você vê o crime ambiental, as próprias pessoas tacando fogo no mato ou coisa que a gente não acreditava que estava acontecendo, né? Então, eu vejo que o próprio ser humano em si tá acabando com a situação do meio ambiente. Então, estou aqui porque o ar é fundamental, a Floresta Nacional é um espaço de lazer, tem trilhas, nascentes, isso faz bem e a gente sente falta se não tem. Quero ajudar na conscientização do povo para mudar o comportamento do ser humano”, disse Nilson.

Autoridade Climática

Nilson Macedo dos Santos foi até a Floresta Nacional de Brasília para ser voluntário na recuperação após incêndios na área. Legenda: Thayara Martins/Comunicação G20.

Com o objetivo de apoiar e articular as ações do Governo Federal de combate à mudança do clima, o presidente Lula anunciou nesta terça-feira (10), em Manaus (AM), a criação de uma Autoridade Climática e de um Comitê Técnico-Científico. A declaração foi realizada após o presidente percorrer áreas afetadas pela seca e pelos incêndios no estado do Amazonas.

“O nosso objetivo é estabelecer as condições para ampliar e acelerar as políticas públicas a partir do Plano Nacional de Enfrentamento aos Riscos Climáticos Extremos. Nosso foco precisa ser a adaptação e preparação para o enfrentamento a esses fenômenos. Para isso, vamos estabelecer uma autoridade climática e um comitê técnico científico que dê suporte e articule implementação das ações do Governo Federal junto com o governo estadual e junto com as prefeituras”, afirmou Lula.

O presidente brasileiro também afirmou que enviará Medida Provisória ao Congresso Nacional para estabelecer o estatuto jurídico da Emergência Climática, o que deve acelerar a aplicação de medidas de combate a eventos climáticos extremos.

Voluntários e esperança

Com o país em chamas, brasileiros têm se motivado a ajudar, como o voluntário Nilson Macedo dos Santos, policial militar aposentado, que participou na manhã desta quarta-feira (11) de uma reunião para pessoas interessadas em trabalhar na recuperação da Floresta Nacional de Brasília, conhecida como Flona. Após três dias de incêndio na floresta, imagens de satélite revelaram que 38,58% da unidade foram afetados pelas chamas — cerca de 2,1 mil hectares.

Nilson chama a Flona de “nossa casa” e conta que sempre busca por notícias do Brasil e do mundo. Ele observou que alguns países têm sofrido com enchentes ou queimadas e associa os desastres ambientais às mudanças do clima. E, na sua visão, os incêndios no Brasil são causados por ação humana, quer sejam por motivos econômicos como no caso de agricultores que desmataram áreas de mata nativa para o plantio de grãos, ou por meio de atos criminosos.

“Você vê o crime ambiental, as próprias pessoas tacando fogo no mato ou coisa que a gente não acreditava que estava acontecendo, né? Então, eu vejo que o próprio ser humano em si tá acabando com a situação do meio ambiente. Então, estou aqui porque o ar é fundamental, a Floresta Nacional é um espaço de lazer, tem trilhas, nascentes, isso faz bem e a gente sente falta se não tem. Quero ajudar na conscientização do povo para mudar o comportamento do ser humano”, disse Nilson.

Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima

No âmbito do G20, a Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima promove o debate entre o setor financeiro e governos com o objetivo de acelerar a mobilização de recursos ao desenvolvimento sustentável e ao combate à mudança do clima. Nesta quinta-feira (12), os membros da FT se reúnem no Rio de Janeiro (RJ).

Matéria envida pela assessoria de Comunicação do G 20 no Brasil

Redação Gazzeta Paulista
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