segunda-feira, 23 dezembro, 2024

Lula no encerramento do G20 Social: “Aqui tomam forma a expressão e a vontade coletiva”

Neste sábado (16), o presidente recebeu o documento com a consolidação das demandas da sociedade civil, que serão compartilhadas com os demais chefes de Estado na Cúpula de Líderes do G20.

presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste sábado, 16 de novembro, no Rio de Janeiro, do encerramento da Cúpula do G20 Social, evento que antecede o encontro entre os chefes de Estado, na segunda-feira (18) e na terça-feira (19). Foi a primeira vez que houve a participação de grupos da sociedade civil nos debates do principal fórum de cooperação econômica internacional.

“Este é um momento histórico para mim e para o G20. Ao longo deste ano, o grupo ganhou um terceiro pilar, que se somou aos pilares político e financeiro: o pilar social, construído por vocês. Aqui tomam forma a expressão e a vontade coletiva, motivadas pela busca de um mundo mais democrático, justo e diverso”
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República

O G20 Social ocorreu desde quinta-feira (14) e concluiu os trabalhos neste sábado (16), com a entrega ao presidente Lula de um documento final com a consolidação das demandas da sociedade civil à Cúpula de Líderes. “Este é um momento histórico para mim e para o G20. Ao longo deste ano, o grupo ganhou um terceiro pilar, que se somou aos pilares político e financeiro: o pilar social, construído por vocês. Aqui tomam forma a expressão e a vontade coletiva, motivadas pela busca de um mundo mais democrático, justo e diverso”, destacou Lula, lembrando que dialogou pessoalmente com os representantes de cada grupo de engajamento do G20.

LEIA AQUI TAMBÉM:Discurso do presidente Lula por ocasião do encerramento do G20 Social

Acesse a Declaração do G20 Social em PDF para download

Na avaliação do presidente, os membros do G20 têm a responsabilidade de fazer a diferença para muitas pessoas e a participação das organizações e movimentos sociais foram fundamentais para a presidência brasileira do grupo. “A mobilização permanente de vocês será fundamental para impulsionar os trabalhos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e avançar na tributação dos super-ricos; para garantir o cumprimento das metas de triplicar o uso de energias renováveis e antecipar a neutralidade de emissões; e para levar adiante nosso Chamado à Ação pela Reforma da Governança Global, assegurando instituições multilaterais mais representativas”, disse.

“Vou levar as recomendações contidas na declaração final que vocês me entregaram aos demais líderes do G20 e trabalhar com a África do Sul para que elas sejam consideradas nas discussões do grupo. Espero que esse pilar social do G20 continue nos próximos anos, abrindo cada vez mais nossas discussões para o engajamento da cidadania”, continuou o presidente.

Lula concluiu seu pronunciamento com uma mensagem para o público. “Também conto com a força de vontade e o dinamismo da sociedade civil para dois outros eventos que o Brasil sediará no próximo ano: a Cúpula do BRICS e a COP 30”, afirmou.

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50 MIL PARTICIPANTES — Na cerimônia, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, destacou que o G20 Social contou com a presença de mais de 50 mil participantes em três dias de evento, com 17.703 pessoas participando ativamente dos debates. “O troféu, presidente, que esse campeonato produziu na festa da democracia do G20 Social que antecede o G20 dos chefes de Estado, que será entregue a vossa excelência e ao Governo da África do Sul, é a participação social na defesa das políticas públicas que serão construídas pelos chefes de Estado, que esse G20 Social faz um furo no presente e entra no G20 dos chefes de Estado para que o passado, a nossa cultura, a nossa história, a luta do povo possa passar para construir um futuro melhor para a humanidade”, declarou

A ativista dos direitos humanos iemenita Tawakkol Karman, ganhadora do Nobel da Paz de 2011, foi uma das representantes da sociedade a discursar no evento. “Esse é o momento de discutir e proteger a paz global. Devemos defender e proteger a democracia. Temos que proteger as mulheres, jovens e os povos indígenas, e isso cabe aos líderes. A igualdade da humanidade é a chave para a construção da paz, e por isso é preciso diminuir a diferença entre ricos e pobres”, disse.

EXEMPLO — O ministro das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Ronald Lamola, representante do país que assumirá a presidência do G20 após o Brasil, garantiu que sua nação também vai envolver os movimentos sociais nas discussões do fórum. “Na África do Sul, nós aprendemos com a experiência de vocês, e eu espero que nós possamos atender os desafios nas nossas mãos. Nós acreditamos que a sociedade civil é um motor vital que conecta os países do G20 todos os dias. E nós aplaudimos o Brasil e a iniciativa tão corajosa de promover esta reunião da sociedade civil e de todos os grupos sociais de todo o Brasil e do mundo”, enfatizou.

DOCUMENTO FINAL — A Declaração do G20 Social insta os líderes ao engajamento por uma transformação efetivamente possível e duradoura. O documento será entregue aos líderes do G20 em sua Cúpula na segunda-feira (18) e na terça-feira (19). O texto enfatiza três pilares centrais: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; enfrentamento das mudanças do clima e transição justa; e reforma da governança global.

Construído com a contribuição de grupos historicamente marginalizados, como mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência, trabalhadores da economia formal e informal, comunidades tradicionais e pessoas em situação de rua, o texto traz a demanda de mais participação desses segmentosnos processos de governança mundial.

Os movimentos pedem uma reforma urgente para que instituições como a ONU e outros organismos multilaterais reflitam a realidade contemporânea. A reformulação do Conselho de Segurança da ONU é vista como fundamental para ampliar a representatividade global e promover soluções mais justas e eficazes.

A mudanças do clima foi outro ponto destacado do documento. Os movimentos sociais exigem compromissos concretos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proteger ecossistemas essenciais, como as florestas tropicais. A Declaração propõe a criação de um fundo internacional para financiar ações de conservação e incluir as populações locais em atividades produtivas sustentáveis.

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Redação Gazzeta Paulista
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