Nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, presidente se reúne com López Obrador e com a presidenta eleita, além de participar de fórum com mais de 400 empresários
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz visita ao México nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, para acompanhar a posse da primeira presidenta eleita no país, Claudia Sheinbaum. É a terceira vez que Lula visita o México, onde já esteve em 2003 e 2007.
O México é o sexto parceiro comercial do Brasil e o quinto principal destino das nossas exportações. Alcançamos em 2023 US$ 14 bilhões, crescimento de 15% em relação a 2022. É um comércio que está mostrando o seu vigor e, principalmente, um comércio de alto valor agregado”
embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores
No dia 30, o presidente se reúne com o atual mandatário do país, López Obrador, e, em seguida, com Claudia Sheinbaum. Entre os temas previstos para as bilaterais estão: meio ambiente e os desafios na área climática, questões de gênero e relações comerciais.
“O México é o sexto parceiro comercial do Brasil e o quinto principal destino das nossas exportações. Alcançamos em 2023 US$ 14 bilhões, crescimento de 15% em relação a 2022. É um comércio que está mostrando o seu vigor e, principalmente, um comércio de alto valor agregado”, disse a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), durante briefing de imprensa realizado nesta quarta-feira, 25 de setembro, no Palácio Itamaraty.
Segundo Gisela, os países têm convergência de visões sobre vários temas. “A presidenta eleita é uma cientista com especialização em ciência climática. Foi membro do IPCC, o Painel nas Nações Unidas sobre o Clima. O meio ambiente é um tema que une os dois países, e o fato de a presidenta ter essa formação científica é um elemento que o Brasil deve perceber e aproveitar muito bem”, disse.
DESAFIOS — A embaixadora destacou que o Brasil está empenhado em aprofundar o acordo de complementação econômica entre os países, o ACE 53, e aprofundar o ACE 55, para comércio de produtos automotivos. O ACE-53 estabelece a eliminação ou redução de tarifas de importação para um universo de aproximadamente 800 posições tarifárias, por meio da concessão de margens de preferências recíprocas entre Brasil e México.
O instrumento prevê ainda que, no caso do Brasil, as importações de produtos constantes no acordo não estarão sujeitas à aplicação do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM). “O trabalho que a gente tem pela frente é de ampliar esse acordo bilateral que ainda é limitado, só abrange 13% das linhas tarifárias, por isso o Brasil quer ampliar o número de linhas que podem entrar com benefícios de comércio ou tarifas mais baixas”, frisou a embaixadora.
Por meio do ACE 55, Brasil e México estabeleceram o livre comércio para o intercâmbio comercial de automóveis; veículos comerciais leves, chassis com motor e cabina e carroçarias para estes veículos, caminhões e chassis com motor e cabina; tratores agrícolas, ceifeiras, máquinas agrícolas autopropulsadas e máquinas rodoviárias autopropulsadas; e autopeças para os produtos automotivos listados. “A tarefa que os dois países têm nesse momento é de retomada das relações bilaterais, a renegociação e a modernização dos dois acordos”, declarou Gisela.
FÓRUM EMPRESARIAL — O fórum México-Brasil ocorre paralelamente aos compromissos do presidente Lula, que participará do encerramento do evento. Estão confirmados 400 empresários, sendo 150 brasileiros, e estão previstos painéis sobre investimentos, segurança alimentar e exploração de alimentos, cadeias produtivas e nova indústria.
“É importante dizer que essa delegação empresarial é uma das maiores que já tivemos aqui. Mais de 150 empresários, diretores, CEOs, e temos um grande volume de setores representados, como alimentos, bebidas, maquinário, turismo, medicamentos, setor têxtil, de fertilizantes e também de comunicações e energia”, resumiu Daniel Fernandes, chefe da divisão de Programas de Promoção Comercial e Investimentos do MRE.
Após o fórum, Lula participa de um jantar oferecido pelo governo mexicano aos chefes de Estado, no Museus da Cidade do México. No dia 1º, pela manhã, o presidente se desloca para a Câmara dos Deputados, no Palácio Legislativo de San Lázaro, onde ocorre a cerimônia de transmissão da posse presidencial. Em seguida, todos os chefes de Estado se dirigem ao Palácio Nacional, onde Claudia Sheinbaum receberá os cumprimentos. No mesmo dia, o presidente volta para o Brasil.
Matéria envida pela Assessoria de Comunicação do Ministerio de Ralações Exteriores